A Operação Dignitatem durou três meses, e noves pessoas foram presas. Entre elas, Eline Maria Marques Dantas, que até 2011 trabalhava na Secretaria da Justiça (Sejus), na coordenadoria responsável pelo combate à exploração de crianças e adolescentes. Eline também fundou uma ONG especializada em prevenir esse tipo de crime.
O Promotor de Justiça Carlos William explica como era a atuação da ex-servidora da justiça nesse caso. “No decorrer das investigações, descobrimos que ela tinha um contato direto com a maioria dos proprietários dessas casas, e repassava informações privilegiadas para esses proprietários, avisando que dias teria blitz, informando quais os passos que Ministério Público (MP) e Judiciário estavam tomando em relação ao combate a esse tipo de crime. Para nossa surpresa, ela repassava todas as informações e recebia mensalmente repasses dessas casas de prostituição”.
A ação policial foi realizada em oito casas de prostituição, localizadas em diversos bairros de Fortaleza, inclusive em áreas nobres da capital. “Elencamos pelo menos quatro crimes: exploração sexual de criança e adolescente, favorecimento da prostituição, rufianismo (tirar proveito da prostituição alheia) e tráfico interno de pessoas para fins de exploração sexual. As garotas que trabalham nas casas foram notificadas e vão prestar depoimento na Procuradoria Geral da Justiça. Até a próxima semana, o MP divulga também o resultado da investigação sobre a presença de menores de idade nas casas de prostituição.