— Quando eu peguei, percebi que o celular não estava lá dentro. A caixa não estava aberta. Estava fechada com aquela fita marrom que os Correios usam e uma outra fita, cor branca. Quando abri, no mesmo momento eu tirei as fotos — disse Paulo Sérgio, que ganhou o smartphone de presente de um amigo.
Segundo Rosimery Pereira, de 34 anos, esposa de Paulo, ele já tinha ouvido falar de casos semelhantes, nos quais a encomenda some ou é substituída por algum objeto de nenhum valor.
— Ele me ligou revoltado, dizendo ser inacreditável a gente estar em um país onde nada funciona. Ele até pediu ao fornecedor para não enviar pelo Correios porque, como eles têm raio-x, eles vêem o que tem dentro e furtam. Eu também já escutei que isso tem acontecido bastante.
A analista de comércio exterior conta que, ao procurarem o Correios para saber quem transportou, foram informados de que não há como saber.
— Pedimos alguma documentação e negaram. A gente não tem como saber quem transportou. Meu marido disse que vai fazer um registro de ocorrência (na polícia).
O Correios informou, em nota, que vai “realizar visita técnica ao cliente para verificar o ocorrido e proceder a apuração do trâmite postal do objeto, desde a sua postagem até a entrega no endereço do destinatário, onde o recibo foi firmado pelo Sr. Sandoval Soares de Lima”.
Segundo Paulo Sérgio, o sr. Sandoval Soares de Lima é o porteiro do prédio onde ele trabalha, que sempre recebeu encomendas para os funcionários.
— Aqui a gente não recebe nada em mãos. A portaria recebe e entrega para a gente. Mas é impossível a caixa ter sido violada depois que foi entregue. Eu estava no almoço, o Sandoval recebeu e colocou em cima da minha mesa. Ninguém abriu a caixa.