sábado, 12 de abril de 2014

Disco de vinil retorna a moda e chega a custar 10 vezes mais caro que um CD

As décadas já não são mais aquelas do final do século 20. A indústria fonográfica passou por reformulações profundas nos últimos 40 anos, e atualmente, a esmagadora maioria das músicas é comercializada no formato mp3. No caminho inverso da rapidez tecnológica, profissionais da discotecagem, empresários e o público saudosista mantêm vivo o momento de colocar um disco de vinil na vitrola.

Além da forma de vender música, o bolachão também passou por transformações. O preço para ter um desses itens na estante nos dias atuais está baseado na lei da oferta e da procura, o que deixa o preço muito acima do que era vendido na época dos áureos tempos dos LPs.

Marcelo Rodrigues é prova que esse amor custa caro. O cabeleireiro já chegou a desembolsar R$ 200 para ter na sua coleção um exemplar de um single da Madonna, “Revolver“, comprado em São Paulo. Ele relata que a média dos valores em Fortaleza também está salgado e gira em torno de R$350.

Na coleção de 297 discos, a cara Madonna divide espaço com o barato exemplar de “Construção”, de Chico Buarque. Um achado comprado em Guaramiranga por R$ 3.

“Tecnicamente a diferença é que o som do vinil é mais refinado. Você consegue ouvir melhor todos os instrumentos, principalmente dos títulos mais antigos. O CD tem uma batida diferente, um apelo eletrônico”, justifica Marcelo Rodrigues. Ele completa que o charme do vinil está ligado também à atmosfera que ele gera.

O DJ Carlos Magno, conhecido na cena cearense como CM, é dono de um acervo bem mais generoso. “Parei de contar quando tinha 500, hoje devo ter mais de 600”, enumera ele, que é colecionador desde os 13 anos.


À frente de dois projetos de discotecagem de vinil na Capital, CM começou de forma despretensiosa. “Eu e minha esposa nos reuníamos com um grupo de amigos pra ouvir vinil, daí surgiu ‘a noite do vinil’”. A noite se transformou em uma data fixa semanal no bar Floresta – localizado em área nobre de Fortaleza – que já dura quase dois anos.

Quando o assunto é encontrar discos raros em Fortaleza, CM aponta que dá para encontrar exemplares pela cidade, mas que São Paulo é o “paraíso” do colecionador. A opinião é dividida com o DJ Marquinhos, que já chegou a ter 3 mil títulos em seu acervo. “Tem o disco fácil e o disco raro. Alguns discos tidos como raro são muito difíceis de encontrar aqui em Fortaleza”.