quinta-feira, 27 de março de 2025

Micro e pequenas empresas são responsáveis por 80% dos pedidos de recuperação judicial no Brasil


Foto Shutterstock
O Brasil registrou cerca de 162 solicitações de recuperação judicial (RJ) no mês de janeiro deste ano, fato que representou um aumento de 8,7% em comparação com o mesmo mês de 2024. 

Apesar do aumento nacional, o Ceará apresentou uma queda no número de requerimentos em relação ao país, de três para um, durante o período. Os dados são do Indicador de Falências e Recuperações Judiciais do Serasa Experian. 

A maior parte do aumento dos pedidos de RJ no Brasil veio de micro e pequenas empresas, responsáveis por 79,6% do total. Dentre os setores, o de serviços liderou as solicitações, com 54 registros. “Indústria” ficou em segundo lugar, com 47, e, em sequência, os setores “Primário”, 42, e “Comércio”, 19.

Esse aumento significativo indica que muitas empresas enfrentam dificuldades para manter a sustentabilidade de suas operações, recorrendo ao Judiciário como última alternativa para evitar a falência.

Segundo Abimael Carvalho, advogado especialista e vice-presidente da Comissão Especial de Recuperação Judicial e Falência da OAB/CE, esse panorama evidencia a importância do empresário realizar uma avaliação financeira minuciosa para identificar precocemente sinais de dificuldades e implementar estratégias preventivas, “convertendo dados financeiros em informações valiosas sobre a saúde da empresa, auxiliando na tomada de decisões estratégicas e antevendo dificuldades”.

O especialista afirma também que o planejamento financeiro eficiente, com a correta projeção e correção do fluxo de caixa, considerando as condições reais e atuais do mercado, é essencial para evitar surpresas e garantir que a empresa tenha recursos suficientes para suas operações.

No entanto, o aumento no número de recuperações judiciais em 2025 demonstra que, infelizmente, a prevenção e as medidas de boa gestão ainda não são uma prática comum no mercado. “Para este cenário, a integração entre a análise financeira detalhada e a assessoria jurídica especializada pode proporcionar uma melhor abordagem na gestão empresarial, permitindo que a empresa identifique e mitigue riscos de forma proativa, assegurando sua longevidade e sucesso no mercado”, detalha o advogado.

Com informações do Diário do Nordeste.