segunda-feira, 3 de março de 2025

Foliões enfrentam dificuldades para chegar em casa após o carnaval em Salvador: "O Uber está cobrando R$ 100"

Trabalhadores, cordeiros e foliões estão levando mais de duas horas para chegar ao destino final

Trabalhadores, cordeiros e foliões estão levando mais de duas horas para retornar
Trabalhadores, cordeiros e foliões estão levando mais de duas horas para retornar
Foto: Foto: Bruna Rocha

Escassez de ônibus, Uber superfaturado e superlotação são alguns dos desafios que foliões e trabalhadores têm enfrentado ao tentar retornar para casa do circuito Barra-Ondina durante o carnaval de Salvador, na Bahia. 

Para Paulo Cesar, mais conhecido como Maionga, de 57 anos, o carnaval está sendo uma fonte de renda; atualmente ele trabalha como segurança na folia. “Eu estou trabalhando todos os dias de carnaval e o retorno para casa tem sido bem difícil. Eu estava pegando Uber para retornar, porque tenho trabalhado 12h por dia, mas ficou salgado. Até os mototáxis tão querendo R$ 30,00 até a Federação”.  

O segurança estava posicionado em frente ao Monumento Cleriston Andrade, no bairro da Garibaldi. O destino do trabalhador ficava a duas avenidas de distância.

Diante do valor elevado, Paulo decidiu esperar pelo ônibus e já estava no ponto há duas horas. “Não tem ônibus direto para o bairro, aí vou precisar pegar um que passe na avenida Vasco da Gama e andar por mais uns 30 minutos até em casa. Ao todo, um trajeto que normalmente demoraria 30 minutos, hoje tenho feito em 1h, sem considerar a espera do ônibus”, reclama. 

O cenário se repete no retorno do cordeiro Everaldo França, 52. “Eu trabalho há anos no carnaval e é sempre o mesmo. Pagamos uma tarifa cara para não ter qualidade no transporte e se humilha para conseguir retornar para casa. Muitas vezes quando chego em casa falta poucas horas para voltar”, diz. 

Mesmo quem optou por um carro de aplicativo tem enfrentado dificuldade. Para o folião Yuri Bonfim, 25, os valores estão duas ou três vezes mais elevados. 

“Os carros por aplicativo estão R$ 30 a R$ 40 mai caro para regiões próximas. Eu tenho saído da Ondina para a Orla e tem dado R$ 100 reais. O que geralmente custa R$ 15. E, os motoristas ainda ficam cancelando, está tendo um grau seletividade muito grande”, conta o estudante.

Além do alto valor, Yuri destaca a má sinalização nos pontos de ônibus. “Tenho observado uma super lotação nos pontos de ônibus e outros que pontos tradicionais foram desativados, mas prefeitura não sinalizou muito bem, e as pessoas ficam lá [no ponto de ônibus] sem saber”, desabafa. 

Fonte: Redação Terra