Na
primeira experiência estão pontos religiosos entre esses a Matriz de
Senhora Sant’Ana, a Catedral de São José e a igrejinha de Nossa Senhora
do Perpétuo Socorro, no Bairro Prado. Mas o projeto poderá ser adaptado a
quaisquer outros pontos turísticos, isso porque também envolve
hospedagem, lazer, entretenimento e gastronomia. A ideia partiu de
alunos do curso de Operador de Turismo do Senac, em Iguatu, tendo a
orientação do professor e instrutor Felipe Neris.
“A
proposta partiu do instrutor Felipe Neris, que dividiu a turma em
equipes e pediu para cada um escolher o público-alvo que iriam atender.
Nós escolhemos desenvolver um projeto para as pessoas com deficiência
visual. Pensamos em fazer uma Rota Sagrada, como batizamos o projeto.
Escolhemos algumas igrejas e qual seria a melhor forma de criar uma
experiência para elas. Vimos a possibilidade de parcerias com a turma de
Aprendizagem, que criou uma bengala, uma forma de proporcionar mais
mobilidade durante a rota e tudo que planejamos durante a rota, em si, é
criar uma experiência para o público que não tem muitas oportunidades
de vivenciar isso. Normalmente, as rotas são para pessoas que têm visão
normal, não têm essas limitações”, explicou o aluno Diego Uchoa.
A
rota foi pensada em um mínimo de três dias de atividades para o público
do projeto, como explicou a aluna Thialita Fernandes. “A nossa rota tem
duração de três dias, começando na sexta-feira, quando os turistas são
recepcionados, vai ter a entrega da bengala e do folder que vai ter toda
a programação da rota em braile e um QR Code que dá acesso a um áudio,
descrição do folder, com vozes masculina e feminina gravada por mim e
por Diego.
No
primeiro dia, eles são levados para o hotel, tem o jantar, onde podem
descansar e relaxar no próprio hotel. No segundo dia, tem as visitações,
primeiro na igreja Matriz de Senhora Sant’Ana, tem o almoço meio-dia, à
tarde vamos para igreja Perpétuo Socorro, à noite uma experiência
gastronômica escolhemos levar para um restaurante na Vila Penha que
oferece drinks diferenciados com frutas nativas, com tato, paladar,
olfato. No domingo, o roteiro é a Catedral de São José, depois um
piquenique e à noite mais uma experiência gastronômica no restaurante
vizinho à igreja Matriz. Isso é um projeto, mas conforme fomos tendo as
ideias, fomos entrando em contato com o pessoal das igrejas, dos
restaurantes, do hotel, horários de funcionamento, tudo isso vai compor a
rota.
A
gente optou por lugares que fossem mais calmos para os nossos turistas
terem uma experiência melhor e sentir aquele lugar”, pontuou a aluna,
ressaltando ainda que apesar de ser um projeto, já irão apresentar o
trabalho até em congresso. “Depois que a gente pôr a rota em prática,
vamos escrever um relatório, sendo que dentro desse projeto nós
desenvolvemos três produtos que é a audiodescrição do folder, a
impressão em braile e a bengala que foi a parceria com os alunos do
Jovem Aprendiz.
“Podem
até existir bengalas com sensores, mas um valor bem mais alto do que
projetamos. A nossa é feita em parceria e utilizando material
reutilizado, entre esses canos de PVC. É muito importante. Acredito que
as pessoas quando fossem desenvolver qualquer projeto olhassem para o
lado da acessibilidade porque hoje muitas pessoas, cerca de 16% das
pessoas cegas, não conseguem sair de casa ou coisa rotineiras, isso
atrapalha muito essas pessoas.
Então,
foi pensando em melhorar a acessibilidade delas que desenvolvemos essa
bengala com sensores. É um protótipo que vai ser aliado a esse projeto
da rota turística”, destacou Maycon Dantas, aluno Jovem Aprendiz,
técnico em informática.