quarta-feira, 5 de junho de 2024

'Não é justo professor de R$ 14 mil não dar aula para aluno que família ganha R$ 1,4 mil', diz governador do Ceará

Foto Ismael Soares/SVM
O governador Elmano de Freitas (PT) avaliou a greve de professores da Universidade Estadual do Ceará (Uece), da Universidade Regional do Cariri (Urca) e Universidade do Vale do Acaraú (UVA) como injusta politicamente, ao comparar o valor da remuneração de docentes com a renda da população do Ceará, durante entrevista exclusiva ao Diário do Nordeste. O movimento paredista completa dois meses nesta terça-feira (4).

“A média salarial dos nossos professores universitários é de R$ 14 mil. Eu sou o governador de um estado em que o povo cearense vive com dois salários mínimos, e olhe lá. Grande parte no mercado informal. (...) Não é justo esse professor de R$ 14 mil não dar aula para um aluno que a família dele ganhou R$ 1.400, R$ 1.500, R$ 2.000. Não acho justo, politicamente. Estou falando não como um governador, como cidadão”, afirmou Elmano.

Apesar da fala do governador, nem todos os professores das universidades estaduais recebem esse valor, há docentes que ganham valores maiores, no entanto, há muitos outros que ganham montantes muito abaixo do mencionado. No Portal da Transparência do Governo do Ceará é possível constatar os valores de todos eles.

As demandas dos professores são históricas, se acumulam há várias gestões. Além do reajuste salarial, a mobilização dos professores requer soluções para questões que envolvem demandas estruturais em espaços das universidades, recomposição do orçamento, reestruturação da carreira docente e falta de professores, principalmente na Uece.

O governador aponta que ofereceu um reajuste acima da inflação, de 5,6%, para a classe, além da atualização que permite uma ascensão funcional sem, necessariamente, ser por meio de concurso público. Segundo Elmano, a Urca teria sido a única a aceitar a proposta.

Com informações do Diário do Nordeste.