Kelly Lidiane teria prestado queixa por agressão na noite anterior do seu assassinato
Delegada regional de Alegrete
Por fim, foi informado que "a vítima em princípio não queria ir à delegacia, tendo sido convencida por familiares a comparecer", disse Daniela. Na delegacia, "inicialmente não queria fazer o registro na unidade policial, mas foi devidamente orientada a solicitar medida protetiva e a fazer o registro da ocorrência" concluiu a delegada.
Familiares disseram que as agressões aconteciam, mas o homem ameaçava atear fogo na casa se ela o denunciasse. Os dois estavam juntos a pelo menos um ano.
TESTEMUNHA DO CASO
Uma sobrinha da vítima disse ter testemunhado agressões anteriores sofridas pela tia, de quem era vizinha, e presenciou os fatos no dia do crime. Segundo a familiar, em janeiro desse ano, a mulher teria sido agredida pelo marido, que havia ingerido álcool.
A mulher conta que depois de ser ouvida na delegacia, Kelly voltou para casa e foi surpreendida e atacada pelo suspeito logo após a viatura policial deixar o local. A vítima tentou fugir, mas foi atingida pelas costas. Ela foi socorrida pela Brigada Militar (BM), mas morreu a caminho da Santa Casa de Uruguaiana.
"Eu estava lá e vi tudo. Tentei impedir, mas foram facadas nas costas da minha tia. Ela simplesmente me olhou e disse: 'Me larga, eu já estou morta, pega e te salva, ele vai te matar'", disse a jovem.
A BM estava próximo ao local, prendeu Guilherme Pansardi Grisóstimo em flagrante, que permanece preso na Penitenciária Modulada de Uruguaiana. De acordo com a Polícia Civil, o pedido de conversão da prisão em flagrante em preventiva foi aceito pela Justiça.