Foto Helene Santos |
A
presença da nova subvariante ômicron BQ.1 do coronavírus em estados
brasileiros reacende a preocupação sobre a Covid no Ceará. O Estado
ainda não tem registro de casos, mas a futura chegada da mutação é dada
como certa por especialistas.
Fatores
como a quadra chuvosa e a grande quantidade de pessoas com esquema
vacinal ainda incompleto podem favorecer a disseminação da BQ.1 nas
cidades cearenses, como explica o infectologista Keny Colares.
A
chegada dessa variante é quase certa. A grande questão é qual o tamanho
do problema que ela pode causar. Se as pessoas estiverem bem
imunizadas, já é um passo pra que cause doença mais leve, sem tantos
internamentos.
KENY COLARES
Infectologista
O
Ceará tem registrado, desde outubro, uma média de 50 casos de Covid por
semana. Entre os dias 2 daquele mês e 4 de novembro, houve duas mortes
pela doença. Os dados são do Integra SUS, plataforma da Secretaria da
Saúde (Sesa).
Em
paralelo, os números da vacinação preocupam. Pelo menos 4,7 milhões
tomaram a 3ª dose da vacina no Ceará há 4 meses e, portanto, já podem e
devem garantir a 4ª dose – mas só 1,8 milhões já se imunizaram com a D4,
como apontam dados da Sesa.
RISCOS DE NOVA ONDA
Fábio
Miyajima, coordenador de Vigilância Genômica da Fiocruz Ceará e
especialista em saúde pública, afirma, por outro lado, que “a quadra
chuvosa não tem necessariamente coincidido com o agravamento da pandemia
e de suas diversas ondas”.
“O
que tem acontecido é que a Covid-19 não tem nenhum padrão de
previsibilidade ou de variação sazonal. Tem muito a ver com os hábitos e
movimentos da população, com as medidas sanitárias e com a emergência
de novas variantes”, pondera.
Miyajima
alerta que o risco de a subvariante gerar uma nova e significativa onda
de Covid é maior “à medida em que as pessoas têm se tornado menos
vigilantes”.
“Além
de diversas pessoas não terem tomado a D4, seria importante que vacinas
atualizadas sejam, num futuro próximo, introduzidas no nosso país.
Importante também é conscientizar as pessoas de que, se estiverem com
sintomas ou doentes, evitem sair de casa”, complementa.