segunda-feira, 21 de fevereiro de 2022

Transtornos ligados ao uso de álcool e drogas levou a 3 mil internações e 700 mortes no Ceará em 2 anos

A bebida alcoólica entrou na vida de Ariadne* (nome fictício) antes de ela nascer. Pai, tio e irmão eram reféns do alcoolismo. O alerta não foi suficiente: por “genética ou destino”, ela também sucumbiu ao vício, e precisou buscar ajuda, em plena pandemia, para largá-lo.

José*, 70, conheceu o cheiro e o gosto forte da cachaça aos 13 anos, e já nessa época via “toda dose levar a um porre”. Não tinha controle. Aos 24, conseguiu esticar o braço para fora do “fundo do poço” e alcançar ajuda. Vive agarrado a ela até hoje, 4 décadas depois.

Neste 20 de fevereiro, Dia Nacional de Combate às Drogas e ao Alcoolismo, os dois cearenses narram aqui as duras jornadas que percorreram até a sobriedade – Ariadne está sem beber há 1 e 6 meses; José, há mais de 40 anos.

No Ceará, todo ano, centenas de pessoas recorrem à internação para conseguirem se abster dos vícios. Só na pandemia, em 2020 e 2021, foram 3.139 hospitalizações no Estado por transtornos mentais ou comportamentais ligados ao consumo de álcool e múltiplas drogas ou psicoativos.

Se somados os transtornos gerados pelo uso de álcool, fumo e outras drogas, o número de internações aumentou 59% em 2020, na pandemia, se comparado a 2019, ano pré-pandêmico. Já de 2020 para 2021, houve queda de 21% nas hospitalizações.

Com informações do Diário do Nordeste.