segunda-feira, 13 de setembro de 2021

“Meu Mel” já era Hit do cearense Markinhos Moura na década de 1980

Tem músicas que conseguem se perpetuar na memória do público de forma inexplicável. Muitas delas, inclusive, são regravadas por várias vozes e retornam anos depois de seus lançamentos como “hinos atemporais”. Exemplo disso é a música “Evidências” de José Augusto e Paulo Sérgio Valle e conhecida na voz da dupla Chitãozinho E Xororó.

Para a minha surpresa, ouvi na rádio os cantores Zé Vaqueiro e Xand Avião cantarem juntos “Meu Mel”, um dos grandes “hits” das paradas de sucesso nos anos de 1980. A canção doce ficou até com uma nova roupagem interessante, porém longe ainda da aura de sua primeira interpretação, a do sempre querido Marquinhos Moura.

O cantor cearense lançou a faixa no ano de 1987, após já vários discos gravados e carreira musical em andamento. Aquele pedido quase em tom de chantagem “fica comigo, meu mel” ganhou o Brasil e até hoje é o cargo forte do artista, mesmo que outros a tenham gravado.
 

Por onde anda Marquinhos Moura?”, foi a pergunta que me fiz ao saber que seu mel estava em outras bocas. Felizmente, mesmo que ainda afastado da grande mídia, encontrei o cearense atuante em suas redes sociais e nas plataformas de streams. Empolgado, o convidei para uma conversa por telefone e fui prontamente atendido.

Em um papo descontraído, o eterno menino Marcus Antonio Sampaio Moura falou sobre os rumos de sua carreira, projetos atuais, lembranças da adolescência, ídolos e opiniões. Mais uma vez, o fortalezense se mostrou ciente da sua trajetória e da responsabilidade de ser artista.

NEM TUDO FOI MEL

Ser um representante da arte será sempre difícil enquanto o país não valorizar a cultura, muitos vão além do saber disso e sentem na pele essa dor. Markinhos foi um desses, desde muito cedo foi castrado de tal vontade dentro da sua própria casa, a não ser pela avó, no qual o cantor é eternamente grato. Ainda diante tal rigidez, os caminhos daquela alma inquieta não poderia ser outra, os palcos.

Praticamente garoto começou a participar de programas de calouros da capital cearense, como o dos saudosos apresentadores Irapuan Lima e Augusto Borges. Tal talento o levou também ao teatro universitário, na minha visão ponto fundamental para a construção da personificação do artista.

“Sou muito grato ao Fernando Neri e Eurico Bivar, foram os primeiros compositores que interpretei e foram fundamentais no meu início e na minha vida”, rememorou Markinhos. As referências na rádio também foram fundamentais nesse processo, seu ouvido era atento para inspirações como Ângela Maria, Moacyr Franco, Cauby Peixoto e Agnaldo Timóteo.

Aos poucos, mesclando música e teatro, rádio e televisão, popular e sofisticado, o cearense foi moldando a voz e formando sua própria identidade. Dois cantores seriam fundamentais para essa formação, ninguém menos que Ney Matogrosso e Elis Regina.

Com informações do Diário do Nordeste.