Pessoas
que tiveram Covid-19 de forma branda ou moderada desenvolvem uma célula
imunológica capaz de produzir anticorpos permanentes contra o
SARS-CoV-2. A conclusão é de um estudo publicado na revista Nature.
Conforme
informações publicadas pela Agência Brasil, 77 doentes analisados pela
pesquisa mostraram ainda ter anticorpos no organismo cerca de 11 meses
após a doença.
Na
maioria dos casos, as proteínas capazes de impedir que o vírus infecte
as células começam a diminuir após quatro meses da infecção. No grupo
analisado, no entanto, essa redução se mostrou mais lenta.
O
estudo analisou ainda a presença de células plasmáticas de longa vida
na medula óssea. Tratam-se de células que são geradas quando um patógeno
entra no organismo.
Essas
células imunes viajam pela medula óssea após a infecção, onde
permanecem em estado latente. No caso de o vírus reaparecer, as células
retornam à corrente sanguínea e começam novamente a produção de
anticorpos.
Segundo
o estudo, as células plasmáticas no sistema imunológico foram
identificadas na maioria dos doentes que conseguiram recolher amostras
de medula óssea.
Em
declarações ao jornal espanhol El País, o imunologista da Escola de
Medicina da Universidade de Washington e principal pesquisador do
estudo, Ali Ellebedy, disse que as células plasmáticas podem durar a
vida inteira e continuarão a produzir anticorpos.
Células B de memória
O
pesquisador esclarece que se os anticorpos produzidos pelas células de
loga vida não forem suficientes para impedir uma reinfecção, o sistema
imunológico ativa as células B de memória, capazes de produzir ainda
mais anticorpos.
O
comportamento já foi visto em infecções do passado. As células de
memória e anticorpos produzidos contra o SARS, um tipo de coronavírus
que matou cerca de 800 pessoas no início da última década, duraram pelo
menos 17 anos.