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A
ministra-chefe da Secretaria de Governo, Flávia Arruda, disse nesta
última segunda-feira (24), que propostas de mudanças no Bolsa Família
devem ser apresentadas nos próximos meses, com aumento de valor e de
número de beneficiários. Flávia Arruda foi entrevistada no programa Sem
Censura, da TV Brasil, e tratou também de temas como covid-19, vacinação
e das reformas administrativas e tributárias.
“Não
é uma questão do texto da Câmara ou o texto do governo. Não existe uma
disputa de protagonismo e sim uma coisa prática, necessária e urgente,
que eu acho que é a ampliação não só do valor, mas também dos
beneficiários. Com essa pandemia e com o auxílio emergencial, milhões de
brasileiros que eram invisíveis passaram a ser vistos pelo governo e a
gente sabe da necessidade que tem dessa ampliação da distribuição de
renda”, disse a ministra-chefe, que acrescentou que a discussão sobre o
Bolsa Família está em seu radar.
Flávia
Arruda disse que já conversou sobre o assunto com o ministro da
Economia, Paulo Guedes, e reconhece que o país vive um momento de
escassez de recursos para assuntos que não estejam ligados à pandemia.
“Milhares de famílias perderam o emprego, milhares de famílias passaram
de pobreza para extrema pobreza, existe a possibilidade [de mudança no
programa]. O cobertor é curto, mas dá para ajustar porque o presidente
[Jair Bolsonaro] e o governo sabem da importância que é nesse momento da
ampliação não só do valor quanto dos beneficiários”, disse.
Única
mulher dentre os ministros que atuam no Palácio do Planalto na seara da
articulação política, Flávia Arruda disse que foi muito bem recebida
após assumir o cargo. “Às vezes um detalhe a mulher vê de uma forma
diferente. Não que os homens não vejam, os homens são muito focados, mas
as mulheres conseguem ver de uma forma mais ampla as coisas que estão
acontecendo ao redor e pode ajudar um pouco mais.”
Deputada
federal antes de assumir o cargo de ministra, Flávia Arruda diz que é
uma grande defensora de pautas que ampliam o espaço para as mulheres na
política. Ela considera a equidade de gênero fundamental. “Nós crescemos
50% do que era na legislatura passada, mas ainda é muito pouco mediante
não só outros países, como aqui no Brasil. De 513 [deputados] somos 77
mulheres na Câmara. É necessário essa ampliação, a gente precisa dessa
equidade.
As
mulheres têm que participar mais, mas as mulheres têm que ter voz ativa
também neste processo. Por isso ainda é importante essa necessidade de
cotas, ou de mais participação dentro da lei, até que isso se torne mais
igual entre homens e mulheres. Depois disso, pode deixar que as
mulheres tomam conta do resto”, disse.