Para
muitas pessoas, 2020 foi um ano que demorou mais do que o normal para
passar, muito por conta da pandemia ter feito com que ficassem mais
tempo em casa, e por isso as horas podem ter parecido demorar mais para
passar.
Mas
cientistas do mundo inteiro estão levantando informações que provam o
contrário: a Terra está girando cada vez mais rápido. Inclusive, no ano
passado foi registrado o dia mais curto desde que essa medição começou a
ser feita por relógios atômicos, que conseguem medir até os
milissegundos de um dia.
O
dia 19 de julho de 2020 foi o de menor duração desde o início dos
registros, dado que a Terra terminou a sua rotação 1,4602 milissegundos a
menos do que os habituais 86.400 segundos, que equivalem às 24 horas.
“Certamente
a Terra está girando mais rápido agora do que em qualquer momento dos
últimos 50 anos. É bem possível que um segundo bissexto negativo seja
necessário se a taxa de rotação da Terra aumentar ainda mais, mas é cedo
para dizer se isso provavelmente acontecerá”, destacou Peter
Whibberley, pesquisador do Laboratório Nacional de Física do Reino
Unido, ao jornal britânico The Telegraph.
O
segundo bissexto negativo a que o cientista se refere, em outras
palavras, significa que pela primeira vez pode ser que precisemos cortar
um segundo inteiro do mundo por conta do planeta estar girando mais
rápido. Todos os últimos 27 segundos bissextos foram positivos, o que
significa que um segundo teve de ser adicionado no tempo.
No
decorrer de 2021, a expectativa dos pesquisadores é de que os relógios
atômicos acumulem um atraso de cerca de 19 milissegundos. A curto prazo,
as pessoas não sentirão de fato essa mudança, mas, caso seja realmente
necessário mexer no tempo, alguns sistemas podem sofrer as
consequências.
Como
aconteceu em 2012, quando foi adicionado um segundo bissexto. Na
ocasião, Mozilla, Reddit e Linkedin, entre outros programas, relataram
travamentos e problemas com o sistema operacional Linux.
A
causa exata dessa aceleração da rotação do planeta ainda não foi
descoberta, mas pesquisas realizadas em anos anteriores revelaram que
seja possível que o aquecimento global pode ter influência neste
processo. Isso porque o derretimento das geleiras pode interferir na
distribuição de massa do planeta, fazendo, assim, com que a Terra gire
mais rápido.