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O
Conselho Estadual de Educação do Ceará (CEE) emitiu, nesta terça-feira
(10), um parecer sobre como as redes de ensino devem proceder para
finalizar o ano letivo de 2020, tendo em vista as condições atípicas em
decorrência da pandemia de Covid-19. O documento estabelece alternativas
para que sejam recuperadas e cumpridas as 800 horas da carga horária em
todas as escolas com ensino fundamental e ensino médio no Ceará,
conforme exigido pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB).
De
acordo com o Conselho, embora os 200 dias letivos tenham sido
flexibilizados devido às dificuldades operacionais das redes escolares, o
Conselho Nacional de Educação (CNE) não alterou o cumprimento anual das
800 horas letivas. Portanto, essa exigência deve ser respeitada por
estas duas etapas de ensino. Isto exigiu a revisão dos calendários
escolares.
O
órgão também considerou que o ano letivo nem sempre será finalizado
junto ao calendário civil. Dessa forma, há situações nas quais o
calendário letivo de 2020 entrará em 2021.
Dentre as alternativas propostas pelo Conselho para encerramento do ano estão:
reposição da carga horária, de forma presencial, ao final do período de emergência;
realização de atividades pedagógicas não presenciais em paralelo ao período das aulas presenciais;
ampliação da carga horária diária em 1h aula a cada turno;
utilização de sábados como dias letivos, com o máximo de 4h;
redução do período de recesso escolar e reprogramação do período de férias;
realização de atividades como projetos, pesquisas e estudos orientados;
utilização do contraturno para atividades escolares com até 4h por período;
desenvolvimento de atividades domiciliares organizadas, acompanhadas e registradas pelos professores;
ampliação do tempo pedagógico das escolas do campo para complementar o tempo integral;
No
documento, o Conselho reforça ainda que “as diferenças de desempenho
entre sistemas, redes, escolas e estudantes são acentuadas, em
decorrência das desigualdades sociais e econômicas existentes nos vários
municípios”.
Assim sendo, nesse momento, diz o Conselho, o
papel do órgão “não deve ser o de engessar ou criar dificuldades para os
sistemas e redes; ao contrário, seu papel é motivar professores,
estudantes, gestores, entidades e outros parceiros para que mantenham,
cada vez mais, a atividade pedagógica viva, inclusiva e criativa”.
2021 poderá demandar classes multisseriadas
Outra
orientação registrada pelo Conselho é que devido às circunstâncias,
2021 poderá demandar uma quebra de paradigmas de séries e anos, e como
as escolas precisam estruturar classes multisseriadas, “uma vez que os
diferentes níveis de aprendizagem dos estudantes certamente não caberão
na organização convencional”.
No
documento, o CEE aponta que esse modelo de multisseriação exigirá que
cada rede escolar trabalhe a formação continuada dos professores para
que adquiram competência, associada à responsabilidade social, e
desenvolvam ações pedagógicas que assegurem a aprendizagem dos
estudantes. Se houver essa necessidade, a orientação é que as escolas
“criem redes de boas práticas para que se ajudem mutuamente e que essas
práticas sejam socializadas nos momentos formativos e de planejamento”.
Com informações do Diário do Nordeste.