Depois da Anvisa ter pegado o governo de São Paulo de surpresa ao suspender os estudos da Coronavac, Jean Gorinchteyn, secretário de Saúde de São Paulo, criticou a forma como o órgão tomou a atitude e reiterou a segurança da vacina desenvolvida pela chinesa Sinovac em parceria com o Butantan.
"Esta vacina é segura. Estamos a favor da vida, da verdade e da transparência", disse Jean Gorinchteyn. Ele ainda afirmou que não houve diálogo entre Anvisa e governo estadual para avaliar a “reação adversa grave” alegada pelo órgão. “Sequer tivéssemos tido a possibilidade de fazer uma análise conjunta e clara sobre os fatos.”
Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan, negou veementemente que tenha havido “reação adversa grave” relacionada à vacina e defendeu a história do Butantan no desenvolvimento de vacinas há décadas no país.
“Efeito adverso grave observado em um voluntário não tem relação com a vacina. Não podemos dar detalhes porque isso envolve sigilo, tem toda um aspecto ético que nos impede. O que eu afirmo a vocês é que a Anvisa tem todas essas informações. Não tem relação com a vacina, ponto", afirmou em tom irritado.
A forma como a Anvisa comunicou o fato da suspensão irritou o governo paulista, que soube pela imprensa a notícia.
Após o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) comemorar a interrupção dos estudos da Coronovac, Jean Gorinchteyn ressaltou que o governo paulista não trata a vacina de forma política e pediu respeito aos médicos.
“Nós não autorizaremos isso [interferência política na vacina]. Nós somos médicos e somos cientistas, precisamos de respeito", pediu.