quinta-feira, 15 de outubro de 2020

Robinho e goleiro Bruno têm muita coisa em comum

Robinho e Bruno, o goleiro, foram condenados por crimes contra mulheres. O primeiro, por estupro. O outro, por homicídio. Ambos alegam inocência. Mas a Justiça italiana, no caso de Robinho, e a brasileira, que deu a sentença a Bruno, garantem ter provas suficientes de que os dois cometeram deslizes gravíssimos.

Robinho, novamente no Santos, gera polêmica por causa de condenação por estupro na Itália
Robinho, novamente no Santos, gera polêmica por causa de condenação por estupro na Itália
Foto: Ivan Storti/Divulgação / Estadão Conteúdo

Há circunstâncias a fatos que os aproximam, vários relacionados à contratação recente dos dois. Bruno, que cumpre pena em regime semiaberto, chegou em julho ao Rio Branco, do Acre, na Quarta Divisão nacional, sob fortes críticas de uma parcela dos torcedores do clube.

Pior, o único patrocinador, a rede de supermercados Arasuper, rompeu o contrato com o Rio Branco por causa da aquisição. A técnica do time feminino local também reagiu e deixou a equipe. No Acre, grupos feministas protestaram contra o “reforço” do clube e isso aumentou o mal-estar por lá.

Agora, o anúncio do Santos de que Robinho está de volta a Vila Belmiro desencadeou uma série de reações em cadeia, muito parecidas. Um de seus patrocinadores, a Orthopride, não concordou com a contratação e anunciou sua saída do clube. Pela cidade, grupos e entidades que lutam pelos direitos das mulheres também se manifestaram, contrários a presença de Robinho no Santos.

Os dois já atuaram no Atlético-MG, têm ou tiveram grandes momentos no futebol – Robinho foi até da Seleção brasileira – e ganharam projeção nacional antes dos crimes de que são acusados. Com a imagem manchada pelos fatos que lhes são atribuídos, tentam seguir carreira. Não é uma tarefa das mais fáceis. Vivem sob a sombra de crimes que marcaram para sempre outras pessoas.

Bruno cumpre pena de 23 anos de prisão, agora em regime semiaberto, pelo assassinato, em 2010, de Eliza Samúdio. Robinho foi condenado em 2017 por uma corte de Milão, na Itália, a nove anos de prisão por participação num estupro coletivo de uma mulher. Em seu caso, ainda cabe recurso à Justiça.