Não é novo. Já teve muito golpe contra crianças e
adolescentes de pessoas ou grupos que faziam os jovens terem medo e até
cometer suicídio como baleia azul e moma. De forma cíclica eles ficam fortes e depois somem. Um novo está ganhando as manchetes é o chamado "Homem Pateta".
Ele começou no México e agora já está no Brasil. Há casos no Paraná,
São Paulo e em Santa Catarina, pelo menos. No primeiro caso, o criminoso
estimulava a criança a se jogar do prédio.
No Sul, a Polícia Civil de Santa Catarina alerta pais e jovens e crianças sobre perfis em redes sociais utilizando o nome "Jonathan Galindo", que tem assustado crianças na internet com conteúdo de terror e mensagens que podem induzir ao suicídio. Ele usa uma máscara deformada do pateta.
De acordo com a Polícia Civil de Santa Catarina, a origem desses
perfis se deu em 2017 em países de língua espanhola, sendo muito
conhecidos no México. Porém, recentemente foi identificada uma migração
para o Brasil. São perfis criados por imitadores, com conteúdo já em
português. Os responsáveis por esses perfis têm a intenção de assustar
jovens e crianças, utilizando um tipo de máscara que lembra o "Pateta" -
"Goofy", um pouco deformada e assustadora.
"Esses perfis têm poucas postagens e desafiam as pessoas a segui-los e
enviar uma mensagem privada. Feito isso, é só esperar o retorno deles,
que se dá através do envio de mensagens, vídeos, áudios ou até mesmo de
uma ligação por vídeo ao vivo. O conteúdo da resposta tem a intenção de
causar desconforto, medo e, em alguns casos, tenta provocar o suicídio",
explica o agente da polícia civil Ivan de Souza Castilhos, integrante
do NIS.
São Paulo
De acordo com o blog da Kaspersky, a Polícia Civil de São Paulo
teria descoberto que os ataques no Brasil tem origem de, ao menos, um
adolescente como sendo o "Homem Pateta". "Isso reforça a importância da
presença dos adultos no acompanhamento das atividades online dos
menores".
O adolescente encontrado em São Paulo, e que estava se passando pelo
"Homem Pateta", mandava mensagens pras vítimas e quando a polícia o
encontrou disse que tudo era uma brincadeira. Os pais ficaram
horrorizados ao saber das ações do filho deles. A polícia fará perícia
no smartphone do adolescente. O caso está com a Delegacia Seccional de
Socorocaba, em São Paulo.
Segundo pesquisa Kaspersky, em parceria com a consultoria CORPA,
metade das crianças brasileiras tem perfis nas redes. Ao mesmo tempo,
20% dos pais admitem ignorar completamente as informações que seus
filhos compartilham online.
Para Fabio Assolini, analista sênior de segurança da Kaspersky, a
falta de atenção em relação à vida (geral e digital) das crianças é o
principal motivo para que casos como esse continuem acontecendo. De
acordo com o especialista, o envolvimento de jovens com criminosos ou
grupos que estimulam a prática de violência tem relação com insegurança,
e a ideia de que a Internet é um ambiente anônimo ajuda a externar a
angústia que o próprio agressor sente. Quando os pais não participam da
vida de seus filhos, acabam alheios aos sinais, tanto quando a criança
sofre ou gera algum tipo de bullying ou violência.
“A conversa é a principal arma para evitar e solucionar ambos os
casos: da vítima e do causador da violência. Normalmente, quem faz bullying
pode sentir inveja ou ciúmes por outra criança ou adolescente ter algo
que ela não tem – e não me refiro a bens materiais, normalmente a
motivação é emocional, familiar ou social”, explica.
Outro desafio é conseguir explicar os riscos digitais para as
crianças. Outra pesquisa nossa revela que sete em cada dez pais
brasileiros admitiram essa dificuldade.
Para ajudar a desenvolver essa conversa em casa, a Kaspersky lançou o e-book infantil "Kasper, Sky e o Urso Verde".
Ele trata de forma lúdica e com linguagem adaptada para crianças temas
como assédio, bullying, conteúdos maliciosos e outras ameaças do mundo
online.
“A preocupação com a vida social sempre existiu, mas não como vemos
agora. Nunca estivemos tão expostos e nosso papel como adultos é
orientar as crianças desde cedo sobre os cuidados com a sua exposição.
Explique, por exemplo, que elas irão interagir com muita gente pela
Internet, que as pessoas são diferentes e que esta diferença deve ser
respeitada. Além disso, é importante avaliar se é necessário
compartilhar toda a vida privada nas redes sociais”, afirma.
Assolini ainda incentiva os pais a abrir oportunidades de conversar
com os filhos sobre situações vividas na internet. “Pergunte se houve
alguma situação estranha no dia dele(a) ou que o(a) fez sentir
desconfortável ou ameaçado(a)”, acrescenta.
Medidas adicionais de proteção
Além do diálogo, Assolini sugere algumas medidas. Uma delas é manter o
controle sobre a privacidade dos filhos, configurando as redes sociais
de modo que limite o contato com desconhecidos. No Facebook, por exemplo, é possível bloquear mensagens e solicitações de amizade de perfis sem conexão com conhecidos.
Outra solução é a instalação de programas de controle parental. Além
de permitir o bloqueio a sites que possam gerar algum risco, é possível
ativar recursos como bloqueio de mensagens que utilizem termos
relacionados a bullying ou aliciamento. De acordo com nosso
levantamento, no Brasil menos de 30% dos pais utilizam esses recursos
com os filhos.
Outras dicas válidas
- Estabeleça com seus filhos um diálogo sobre os perigos da Internet
- Participe das atividades online de seus filhos desde cedo como um “mentor”. Pergunte sobre suas experiências online e, em particular, se teve algo que o(a) fez sentir desconfortável ou ameaçado (a), como assédio, sexting ou aliciamento
- Defina regras simples e claras sobre o que podem fazer na internet e explique o porquê
- Configure corretamente as ferramentas de privacidade nas redes sociais de seus filhos para que as mensagens sejam visualizadas apenas por amigos e familiares
- Conte com uma solução de segurança de qualidade em todos os dispositivos conectados, como PCs, smartphones e tablets, e tenha ainda a função de controle parental nos dispositivos das crianças. Esta solução permite bloquear conteúdos inapropriados, mensagens de spam e ajuda a acompanhar as regras predefinidas de uso da internet.