
Líder da oposição no Senado, Randolfe Rodrigues (Rede-AP) projeta que a crise que eclodiu com a prisão do policial aposentado Fabrício Queiroz
vai chegar ao governo de Jair Bolsonaro (sem partido) e deve ensejar a
cassação do filho e ex-chefe de Queiroz, o senador Flávio Bolsonaro
(Republicanos-RJ).
"Não vejo como o conjunto dessa obra não chegar ao
presidente da República. No meu entendimento já existem, inclusive,
primeiro, (elementos para) a cassação do mandato do senador Flávio
Bolsonaro", comentou o senador ao jornalista e editor do O POVO, Guálter
George, durante transmissão ao vivo no Facebook.
A Rede Sustentabilidade cobrou nessa quinta-feira, 17,
celeridade na apreciação do pedido de cassação do senador. O presidente
do Conselho de Ética, senador Jayme Campos (DEM-MT), pediu para que
Advocacia do Senado emitisse parecer ainda em fevereiro, sem que ainda
tenha recebido retorno.
Para ele, se a perda do mandato ainda se mostrar
inviável, existem motivos para que pelo menos se instale procedimento no
Conselho de Ética em relação ao primogênito do presidente. As suspeitas
que pairam sobre Queiroz tem relação direta com Flávio.
As investigações do Ministério Público do Rio de
Janeiro (MPRJ) apontam para o enriquecimento ilícito do então deputado
estadual via colhimento de parte dos salários dos servidores do
gabinete. É o que se chama de "rachadinha", supostamente operada por
Queiroz, preso nessa quinta-feira, 18, na casa do advogado da família
Bolsonaro, Frederick Wassef.
Flávio foi deputado por quatro mandatos consecutivos,
de 2003 a 2018. Segundo promotores, os desvios existiram entre 2007 a
2018.
No Senado, ele ocupa espaço estratégico. É membro da
Mesa Diretora - presidente por Davi Alcolumbre (DEM-AP) - como terceiro
secretário.