O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, e os ex-ministros Marina
Silva e Ciro Gomes, concordaram em unir forças para defender a
democracia, deixando as diferenças políticas e partidárias no passado.
Durante um debate promovido pela jornalista Miriam Leitão, na Globonews, FHC
disse que a luta não é só política, é social e econômica. "Não podemos
nos calar", disse o ex-presidente. "O passado ficou no passado, agora
temos que unir forças", afirmou.
A ex-ministra Marina Silva afirmou: "acima de nós há 36 mil mortos por covid-19 e a defesa do Estado de Direito". Ciro Gomes
foi ainda mais incisivo sobre a posição de figuras e partidos políticos
contra uma "escalada do autoritarismo" e mandou uma mensagem para quem
ainda não se posicionou. "Vamos defender a democracia e quem não vier é
traidor".
Ciro Gomes também destacou a crise na saúde, com 23 militares ocupando
espaços na pasta que ainda tem "liderança provisória" em meio à pandemia
sem controle no País.
"Não creio em um golpe [de Estado] de Mourão, mas há 23 militares na
Saúde", ironizou. "Quero saber se os militares vão querer ser
responsabilizados por essa tragédia", afirmou Ciro diante do aumento de
mortos e infectados pela covid-19 que está levando o país para a
liderança de casos da doença no mundo.
Marina Silva afirmou que a tentativa do governo de esconder dados sobre
mortes da covid-19 no Brasil é crime de responsabilidade. Ela sugeriu
que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, crie uma comissão técnica para coordenar o acompanhamento da pandemia. "Rodrigo Maia tem condições para isso", afirmou Marina.
FHC também atacou a tentativa de ocultação de dados sobre o avanço do
coronavírus no Brasil, dizendo que não dá mais pra esconder nada de
ninguém, já que há imprensa livre e combatente, além das redes sociais.
"A direita no poder não consegue ver a realidade e se agarra a
fantasmas. Governar não é criar dissenso, mas criar consenso."