quarta-feira, 10 de junho de 2020

'Faltou respeito, ética', diz agente sobre rompimento com Bruno

Bruno teria se negado a dividir lucros de vendas de livro com filho, diz ex-agente
Bruno teria se negado a dividir lucros de vendas de livro com filho, diz ex-agente Reprodução/Record TV
 
O empresário Jaime Marcelo, que recentemente rescindiu um contrato de agenciamento esportivo com o goleiro Bruno Fernandes de Souza, condenado a duas décadas de prisão pela morte da modelo Eliza Samudio, acusou o atleta de ter agido com desrespeito e falta de ética. O ex-agente afirmou ainda que a publicação de uma trilogia sobre a história do jogador foi interrompida porque Bruno não queria ceder parte do valor arrecadado com as vendas do livro ao filho que teve com a jovem.

Segundo Jaime Marcelo, o projeto estava em estágio avançado de produção. O primeiro livro abordaria as origens de Bruno. Já o segundo falaria sobre as fases da carreira como atleta, as passagens por grandes clubes e o sucesso no Flamengo. No terceiro e último volume, o autor pretendia abordar as circunstâncias da morte de Eliza Samudio, o julgamento e a condenação do goleiro.
"Só que, desde o princípio, falei abertamente que uma das condições era realmente que a minha parte do lucro fosse destinada ao Bruninho. Ele não concordou, não aceitou. E, por isso, não autorizou que a gente publicasse o livro", declarou o empresário.

Em função do contato com a história do goleiro, Jaime Marcelo diz ter se aproximado da mãe de Eliza, Sônia Samudio, além de Bruninho, fruto da relação de Bruno com a modelo. Por isso, o empresário decidiu que publicaria um livro motivacional e destinaria os lucros de vendagem para a criança.

"Trabalhei dois meses seguidos, noite e dia, pegando depoimento de pessoas. E coincidentemente, respondi a algumas mensagens da Dona Sônia, fui colocando um foco motivacional e estou lançando esse livro. Estou destinando todo o percentual [dos exemplares vendidos] para o futuro do Bruninho", frisou Marcelo.

Volta ao futebol
 
O empresário garantiu que, nos cerca de dois meses que agenciou Bruno, havia obtido propostas concretas para o goleiro atuasse em clubes da segunda e terceira divisões do Rio de Janeiro, além de equipes de outros estados. Entre os times sondados estaria o Rio Branco, que disputa a primeira divisão do Campeonato Acreano. No entanto, o goleiro estaria focado em retornar ao futebol em um clube de maior expressão no cenário nacional.

Jaime Marcelo também alegou que o rompimento da relação comercial entre ambos ocorreu por algumas atitudes antiprofissionais de Bruno, que teria negociado contratos "pelas costas", sem o aval do seu agente. "Faltou ética, respeito', lamentou o ex-empresário do goleiro.

Apesar do desentendimento que resultou na quebra do acordo com o goleiro, Jaime Marcelo ressaltou que confia no potencial esportivo de Bruno, hoje com 35 anos, e torce para que ele consiga refazer a vida profissional. Entretanto, o empresário considera bastante difícil que a retomada da carreira aconteça da forma como o ex-agenciado almeja.

"Eu acredito no perdão, Acredito na capacidade do Bruno, Acho que ele mereça trabalhar, já que está em dia com a justiça. Só que o perdão tem que caminhar junto com o arrependimento. E é uma coisa que não aconteceu por parte do Bruno. [O jogador] tem que entender que ele não é um herói. Ele vive em um mundo de ilusão, achando que joga no Flamengo", concluiu.

Defesa contesta críticas
 
A advogada Mariana Migliorini, que representa o goleiro Bruno no campo jurídico, rebateu a versão apresentada pelo empresário sobre a ruptura do contrato de agenciamento esportivo e, especialmente, em relação às negociações para a publicação do livro sobre a história do goleiro.
"O contrato com Jaime foi encerrado por falta de pagamento da parte dele. Ele só tinha contrato para agenciamento de esporte. Não havia contrato para livro. Bruno jamais se negaria a jogar em qualquer time, inclusive jogou no Poços de Caldas, que era muito pequenino", afirmou a advogada.

Mariana Migliorini ainda rechaçou a hipótese que Bruno tenha se recusado a partilhar possíveis dividendos da comercialização de um livro com o filho. "Ele não quer ver a imagem de seus filhos explorada, não havia contrato para lançamento de nenhum livro. O direito de imagem de criança é algo sério e delicado, não pode ser tratado de maneira ilegítima e sem profissionalismo", complementou.