
O atendimento e tratamento médico-veterinário devem ser gratuitos,
contando com divulgação para a população sobre os serviços e os contatos
de denúncia. A determinação também pede a promoção de campanhas de
adoção dos animais. Em 2019, chegou a registrar 132 mil cães e gatos
vivendo nas ruas ou em situação de abandono ou maus-tratos, conforme a
Coordenadoria Especial de Proteção e Bem-Estar Animal (Coepa).
Em resposta, o Governo do Estado realizou a solicitação do não deferimento do pedido, alegando que o Judiciário não deveria interferir na execução da lei orçamentária frente a discricionariedade administrativa.
A ação civil pública foi realizada pela Associação Deixa Viver,
pontuando que aproximadamente 7 mil jumentos são abandonados em vias
públicas, assim como cerca de 60 mil cães e gatos são deixados na rua da
capital cearense. O pedido, de tutela de urgência, requeria
principalmente a criação do centro de acolhimento.
Proteção Animal
Para a presidente da ONG Anjos da Proteção Animal (APA), Stefani
Rodrigues,a criação de um abrigo público não vai solucionar o problema
da causa animal e do abandono. “Na verdade, eles estão criando uma
situação que possivelmente vai virar um depósito animal, porque o índice
de abandono vai ficar cada vez mais crescente. A criação de um abrigo
público é assinar a sentença de morte dos animais no Ceará”, pontua.
A ativista acredita que é necessário criar políticas públicas que
deem suporte para ONGs e casas de proteção independente. “O que nós
queremos e precisamos é de políticas públicas eficientes, como a criação
um hospital veterinário, postos de saúde para animais e farmácia, tudo
gratuito”, afirma Stefani. A instalação de câmeras para monitorar os
pontos de abandono e fiscalizar as pessoas que realizam essa prática
também é colocada como sugestão.
Através de uma petição virtual, criada pela ativista e Alex Paiva, da
causa animal de Sobral, é pedido a revogação da decisão. A ação já
conta com 73 assinaturas. Depois de atingir a meta de 100 nomes, “vamos
entrar na Justiça com o pedido de revogação da sentença”, declara
Stefani.
Diário do Nordeste