A permanência das pessoas em casa por causa do isolamento social deve
aumentar os gastos e as contas de energia elétrica para as famílias,
sobretudo daquelas que estão em regime de home office. Outro recurso fundamental e que deve ser intensificado nas residências é o uso da água.
A quarentena é uma boa oportunidade para repensar os hábitos de
consumo desses dois recursos essenciais para o cotidiano das pessoas.
Desde o início do ano, os consumidores têm uma opção diferenciada de
cobrança do consumo de energia elétrica: a tarifa branca. A modalidade
foi criada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), com um
valor que varia de acordo com o horário do seu consumo. Ela entrou em
vigor em janeiro de 2020 para todos os consumidores conectados em baixa
tensão como, por exemplo, residências e pequenos comércios.
O preço da energia, nos dias úteis, é dividido em três faixas
horárias de consumo. No horário de ponta (17h30 às 20h30), a tarifa fica
mais cara que a tarifa convencional. Na faixa intermediária (16h30 às
17h30, retornando das 20h30 às 21h30), o custo também é maior.
Entretanto, no horário fora de ponta (21h30 até 16h30 do dia
seguinte), a tarifa para o consumidor é mais barata se comparada à
cobrada no modelo tradicional. Sábados, domingos e feriados contam como
tarifa fora de ponta nas 24 horas do dia.
“Como as pessoas geralmente trabalham fora o dia todo, acabam não
tendo tempo para analisar o gasto com a energia utilizada em casa, como o
chuveiro elétrico, ar condicionado, ferro elétrico, aspirador de pó e
máquina de lavar. Mas, nestes dias de reclusão obrigatória, surge uma
boa oportunidade para repensar e planejar mudanças de hábitos que tragam
economia nas contas básicas, inclusive para depois que a quarentena
terminar”, disse Octávio Brasil, gerente de marketing da CAS Tecnologia,
empresa de medidores inteligentes.
A tarifa branca pode ser vantajosa para pessoas que possam deslocar
parte considerável do seu consumo de energia nos períodos fora de ponta.
Com a adoção, é possível ter uma economia na conta de energia de até
17%.
Para fazer o pedido de adesão, é preciso que o consumidor entre em
contato com a concessionária de energia de sua região. Em trinta dias,
um novo medidor de energia será instalado na residência ou comércio.
Porém, é preciso atenção: se a energia for utilizada durante o horário
de ponta, a tarifa pode ficar até 83% mais cara.
Os percentuais citados (possibilidade de economia ou o risco de
aumento se o consumo for concentrado em horário de ponta e fora ponta)
podem variar conforme os hábitos das unidades consumidoras.
Água mais barata
Outro item fundamental que pode ter seu consumo melhor avaliado é a
água. Quem mora em edifícios geralmente se preocupa menos com o recurso,
porque o valor da conta de água é compartilhado entre todos os
moradores. O gasto com água é a segunda maior despesa dos condomínios,
em torno de 15% em média, abaixo apenas de mão-de-obra e encargos.
Com a população em quarentena em seus apartamentos, o custo da água
tende a ser maior para os edifícios. Uma solução é a individualização de
água. Com a medida, a economia gerada na conta do condomínio pode ser
de até 35%.
“Como a conta de água é dividida entre todos os apartamentos, é muito
mais difícil combater o desperdício, já que o morador não sente no
bolso a diferença entre gastar e poupar. Além disso, o sistema também é
injusto, pois quem evita o desperdício acaba pagando mais pelos
moradores que fazem uso da água em demasia”, destacou Marco Aurélio
Teixeira, especialista em medição individualizada da CAS Tecnologia.