
Nesse período de tempo, a pesquisa aponta que a
taxa de transmissão de cada pessoa assintomática para os casos
documentados é de 55%.
"Essas infecções não documentadas geralmente apresentam
sintomas leves, limitados ou inexistentes e, portanto, não são
reconhecidas. Dependendo de sua contagiosidade e número, podem expor uma
parcela muito maior da população ao vírus do que ocorreria de outra
maneira", alertam os cientistas. Eles estimam que 86% das pessoas contagiadas não foram documentadas.
Metodologia
O estudo de pesquisadores britânicos, chineses e estadunidenses simulou a transmissibilidade do Sars-Cov-2 a partir de dados de 375 cidades chinesas, antes das restrições de viagens do dia 23 de janeiro de 2020.
Eles desenvolveram um modelo matemático que simula a
dinâmica de transmissibilidade do vírus nessas cidades. Para isso, o
estudo dividiu as infecções em duas classes. A primeira, de indivíduos
documentados com sintomas graves o suficiente para serem confirmados, o
que significa que eram observados. A segunda, de indivíduos infectados
não documentados.
A partir daí, foi analisada a interação espacial de
viagens entre diferentes cidades. Os cientistas coletaram dados de um
serviço de localização de celulares, até mesmo offlines, durante o período do festival da primavera Chunyun de 2018 para simular a movimentação em 2020.
A mesma estratégia foi utilizada em diferentes modelos
de simulação. Na simulação mais fidedigna com a realidade, a pesquisa
estimou 13.118 novas informações por Covid-19, documentadas e não documentadas, durante o período de 10 a 23 de janeiro na cidade de Wuhan. No mesmo período, em toda a China, o número total de infectados foi de 16.829. Ou seja, 3.711 casos fora de Wuhan.