O governo americano observa o crescimento no número de casos de coronavírus
no Brasil e não descarta a possibilidade de restringir os voos do País
que chegam aos EUA. Um funcionário do alto escalão do Departamento de
Segurança Interna disse nesta segunda-feira, 23, que a força-tarefa
contra a pandemia reavalia diariamente a necessidade de novas restrições
e, ao falar sobre a América Latina, mencionou especificamente o Brasil
como o país que mais preocupa.
Segundo o funcionário, há uma preocupação com a "rápida aceleração"
da contaminação em países como Brasil, que tem hoje mais de 1,5 mil
casos confirmados. Todos os dias, a força-tarefa liderada pelo
vice-presidente americano, Mike Pence, revê os dados globais e analisa
novas medidas para conter a pandemia.
Os EUA têm mais de 40 mil casos confirmados de coronavírus em todos
os estados. No fim de janeiro, os americanos restringiram os voos da
China. Depois, impuseram limitações a voos de Irã, União Europeia, Reino
Unido e Irlanda. As medidas restringem a entrada de estrangeiros.
Apenas americanos ou moradores com status de residentes permanentes são
admitidos no país.
No sábado, 21, o Centro de Controle de Doenças dos EUA (CDC) aumentou
para o nível três o alerta para viagens ao Brasil. Esse é considerado
um dos indicativos de que os americanos observam atentamente a situação
no País.
Até agora, os EUA não restringiram a chegada de brasileiros, mas
recomendaram que viagens não essenciais ao País sejam evitadas e os que
voltarem do Brasil para os EUA fiquem em casa por 14 dias.
O funcionário afirmou ontem que as restrições já impostas são por
tempo limitado, mas disse que é "difícil vislumbrar o fim das
restrições". Elas só ocorrerão quando houver sinais de desaceleração do
número de infectados.
Agradecimento
Ontem, em coletiva de imprensa, o presidente Donald Trump agradeceu o
Brasil por ter cooperado para que os EUA trouxessem 103 americanos que
estavam em território brasileiro, após realizarem um cruzeiro. Segundo
ele, maioria era de idosos e os americanos foram recebidos pelo governo
do Texas.