"Tem que começar a gastar e se precisar tirar da política, judiciário,
de quem precisar tirar, porque nós sabemos que o gasto para o
enfrentamento dessa crise do ponto de vista social, econômico e
principalmente da estrutura de saúde pública para garantir as vidas vai
ser na ordem de uns R$ 300, R$ 400 bilhões", afirmou em entrevista ao
canal de televisão CNN Brasil.
Questionado se a Câmara discute reduzir salários de deputados, Maia
afirmou que todos precisão dar sua parcela de contribuição em algum
momento. "Acho que todo o poder público vai ter que contribuir.
Transferir isso para o parlamentar é fazer apenas um gesto importante,
mas sem impacto fiscal.
Os salários no nível federal são o dobro dos
seus equivalentes no setor privado, todos com estabilidade pelo mandato
ou concurso", afirmou o presidente da Câmara. "Na hora de organizar as
despesas, o que a gente pode controlar, é importante que todos os
servidores, os que têm mandato, contribuam. Não tenho dúvidas nenhuma de
que com a queda da arrecadação todos vão ter que colaborar."
Atualmente, o salário bruto de deputados e senadores é de R$ 33,7 mil.
Somados os 594 parlamentares, o valor chega a pouco mais de R$ 20
milhões.
Ainda na entrevista, Maia afirmou que o governo pode usar todos os
recursos disponíveis, inclusive dinheiro dos fundos eleitoral, que
financia as campanhas eleitorais, e partidário, que custeia as despesas
de partidos, para combater a crise. Há também alguns projetos na Câmara
sobre esse tema.
"O governo entendendo que precisa usar os R$ 2 bilhões, eu não vejo
problema", disse. "O tamanho do nosso problema não é pequeno, é muito
grande. Todos os recursos que o governo entender necessários, certamente
ele vai poder usar, de todos os Poderes", completou.