
O número é resultado da pesquisa do professor
José Dias do Nascimento Júnior, doutor em Astrofísica da Universidade
Federal do Rio Grande do Norte e Astrônomo associado ao
Harvard-Smithsonian Center for Astrophysics, e do professor Wladimir
Lyra, doutor da New Mexico State University. O modelo dos pesquisadores
aplicado no dados do Brasil resultaram em que cada pessoa infectada
está, em média, infectando seis pessoas. Essa taxa provoca a duplicação
entre 2 e 3 dias. Wladimir Lyra analisa que o pico no País deve
acontecer em 50 dias e, no começo de maio, mais de 50% da população
estará contaminada.
"Isso são mais de 100 milhões de casos. Os hospitais
não têm capacidade de lidar com esse número. E, ao final da epidemia,
teríamos 2 milhões de mortos", afirma em entrevista ao portal Tecmundo.
Eles montaram a pesquisa, a partir de um modelo matemático criado para
matematizar os casos de coronavírus já existentes e novos.
O prognóstico brasileiro é assustador, segundo eles,
porque na Itália os dados são de que uma pessoa infectada transmite o
vírus para, em média, de 3 a 4 pessoas até se curar ou morrer. O número
de casos dobra a cada quatro dias, um dia a mais que no Brasil. A base
de dados usada na pesquisa é mantida e atualizada pelo Centro de
Ciências de Sistemas e Engenharia (CSSE, em inglês) da Universidade de
Johns Hopkins. No trabalho, a população do País foi dividida em quatro
pontos: se são suscetível, infectadas, curadas ou mortos.
Dentro dessas categorias, eles consideram que o
controle da pandemia só acontece em dois casos: quando todo mundo é
infectado e desenvolve imunidade ao se curar ou quando a taxa de
infecção é menor que a taxa de remissão.“A primeira é quando muitas
pessoas foram infectadas e desenvolveram imunidade ao se curar.
Obviamente esse caso é terrível, praticamente toda a população foi
infectada em algum momento durante a epidemia e o número de mortos pode
ser assustador”, ressalta ele.
A pesquisa foi lançada no dia 16 de março de 2020 e
foi previsto que, até o quinto dia posterior, seria registrado a
primeira pelo Coronavírus. No dia seguinte, São Paulo anunciou a primeira morte pela doença, de um idoso de 62.
Os dois cientistas alertam para que sejam tomadas
medidas de prevenção, especialmente o distanciamento social, caso
contrário os dados vão se concretizar. “Sem tratamento ou vacina, a
única forma desta epidemia parar naturalmente é ela correr seu curso,
infectando centenas de milhões, e matando milhões de pessoas. Para
evitar isso a população tem que parar de sair de casa, praticar
distanciamento social", pontua Lyra. Ele complementa que sem a vacina, a
quarentena é a medida mais eficaz para diminuir a taxa de infecção.
Fonte O Povo
Fonte O Povo