terça-feira, 11 de fevereiro de 2020

Voz que liberou acesso de acusado de matar Marielle não é de porteiro que citou Bolsonaro, diz laudo

Um laudo da Polícia Civil concluiu que a voz do porteiro que liberou a entrada do ex-PM Élcio de Queiroz no condomínio Vivendas da Barra, no dia do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes, não é a do funcionário que mencionou o presidente Jair Bolsonaro aos investigadores da Delegacia de Homicídios (DH). O laudo foi obtido pelo jornal O Globo. 

De acordo com o documento, que foi assinado por seis peritos, o áudio da portaria não sofreu qualquer tipo de edição e a pessoa que deu a autorização para a entrada de Élcio no condomínio foi o policial reformado Ronnie Lessa. Tanto Élcio quanto Lessa estão presos sob a acusação de terem cometido o crime.

Em 2019, durante depoimento, um dos porteiros afirmou que Jair Bolsonaro havia liberado a entrada de Élcio no condomínio. Mais tarde, o porteiro voltou atrás. 

Agora, a perícia no áudio da portaria, iniciada em 13 de janeiro deste ano, confirmou que foi um outro funcionário que interfonou para Lessa, morador do condomínio e vizinho de Bolsonaro. O crime aconteceu em 14 de março de 2018, por volta das 21h15. A gravação foi feita no mesmo dia, às 17h07m42s, portanto, quatro horas antes da execução.

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Vereadora Marielle Franco (PSOL) foi assassinada em 2018 Renan Olaz / AFP
Nos depoimentos que prestou nos dias 7 e 9 de outubro do ano passado, o porteiro pivô do caso relatou que “Seu Jair”, referindo-se a Bolsonaro, havia autorizado a entrada de Élcio no dia do assassinato. 

O porteiro também afirmou à polícia que o ex-PM havia pedido para ir à casa número 58, onde vivia o então deputado federal e atual presidente da República. Jair Bolsonaro, no entanto, encontrava-se em Brasília no dia.

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