domingo, 8 de dezembro de 2019

Ceará faz jogo da vida diante do Botafogo, no Rio de Janeiro

O Ceará fez uma temporada sem brilho em 2019. Atravessou o ano no pragmatismo para fazer a verdadeira final na última partida da Série A do Campeonato Brasileiro. Hoje, às 16 horas, no Engenhão, o Vovô joga a sobrevivência na 1ª divisão diante do Botafogo.

O confronto vale mais que uma taça, trata-se de receita, história e planejamento. Da forma mais explícita possível, cair significa reduzir de patamar, ou seja, deixar de ser da elite. Assim, não importa os percalços do adversário, é preciso atuar para vencer.

A condição imposta é a que garante o time, de fato, no Brasileirão. Com 38 pontos, na 16ª colocação, a pontuação deixaria o Vovô com 41, o que impede que o Cruzeiro o ultrapasse. Na verdade, até um empate rebaixa o time mineiro.

O risco ao Alvinegro de Porangabuçu reside na ausência de triunfos. No cenário mais caótico, a equipe de Argel Fucks tem que ser derrotada no Rio de Janeiro, e a Raposa precisa bater o Palmeiras, às 16 horas, no Mineirão.

A condição ganha fôlego porque a má fase cearense se estende desde a virada do 1º turno, sendo o 2º clube que esbanja o maior jejum atual de vitórias no Brasileirão: seis. A última vez que o time ganhou foi em 7 de novembro contra o Internacional, em casa.

Contudo, é preciso se agarrar à tradição. Apesar de distante da própria história, o Vovô é reconhecidamente guerreiro, principalmente quando se trata de duelos na parte baixa da tabela. Os capítulos dos 105 anos de fundação provam que o Vovô reverteu situações ainda mais adversas, como em 2018, quando tinha 80% de chance de descenso para Série B, além de 2015, em que foi obrigado a conquistar 16 dos 21 pontos em disputa para evitar a 3ª divisão.

Postura em campo

A mentalidade tem que ser buscar os três pontos. Para o Ceará, atuar a fim de empatar é perigo pelas pretensões do Botafogo no campeonato. O time carioca está em 15º, com 42, e ainda deseja uma vaga na Sul-Americana, algo inalcançável para o Vovô.

O panorama sugere que a Estrela Solitária vai agredir, exatamente o que o Alvinegro de Porangabuçu tem que fazer. É a oportunidade para se impor, dominar o adversário e somar três pontos. Ser agressivo pelo menos uma vez, mas dessa vez, com o mínimo de efetividade.

O controle psicológico é importante também porque todos os jogos serão no mesmo horário. Argel montará o plantel no 4-2-3-1. Nesse momento, o erro não tem espaço, o que exige oportunidade aos que já entregaram algo durante a competição. “De maneira nenhuma podemos entrar em uma partida decisiva, sabendo que resolverá a nossa situação, pensando em empatar. Temos que entrar da maneira como entramos em todos os jogos, buscando vencer, buscando o gol. Lógico que de uma maneira organizada”, disse Ricardinho.

A escolha por peças como Wescley e Leandro Carvalho pode indicar um presságio do resultado final, que contará com a irreverência e a sorte, já que os jogadores pouco produziram no Brasileirão.

Entre os titulares com a nova comissão técnica, três são desfalques certos: o lateral João Lucas, o volante Fabinho e o meia Lima, ambos suspensos. A defesa vai receber Eduardo Brock, improvisado no lado do campo.

O grande dilema é do meio para frente. Caso o sistema dos últimos dois jogos seja mantido, Chico e Willian Oliveira ganham chance. A dupla sugere uma forma reativa de encarar a partida, característica acentuada se Thiago Galhardo for o escolhido como falso 9, o que deixará Bergson, Felippe Cardoso e Mateus Gonçalves, três atacantes, no banco.

O detalhe é que o artilheiro alvinegro na temporada, com 11 gols, não treinou com o grupo em Porangabuçu. Após o revés para o Corinthians, o atleta viajou para o Rio, onde encontrou o elenco.

Donos da casa

A diretoria do Botafogo quitou os dois meses de salários atrasados dos funcionários às vésperas do jogo com o Ceará. O estímulo vem porque participar da Sul-Americana faz parte do aporte financeiro projetado para 2020.

Nos últimos dois anos, o Fogão arrecadou R$ 8 milhões com participações no torneio continental. Alívio que contribuiu para a diminuição do montante de dívidas.

No entanto, a missão será difícil, tamanhos os desfalques da equipe. Atuando no 4-3-3, o técnico Alberto Valentim precisará reconstruir o meio-campo, uma vez que Diego Souza, Cícero e Luiz Fernando não atuarão contra o Vovô devido ao acúmulo de cartões.

Com informações Diário do Nordeste