A decisão do presidente Jair Bolsonaro de editar uma medida provisória que extingue, a partir de janeiro de 2020, os seguros obrigatórios DPVAT e DPEM vai atingir em cheio os negócios do presidente do PSL, deputado Luciano Bivar (PE).
Atual
desafeto do presidente da República, Bivar é o controlador e presidente
do conselho de administração da seguradora Excelsior, uma das
credenciadas pelo governo para cobertura do seguro DPVAT. A empresa
intermediou o pagamento, de janeiro a junho de 2019, de R$ 168 milhões
em indenizações relacionadas ao seguro, segundo relatório de auditoria
da Líder DPVAT.
A empresa de Bivar detém cerca de 2% da
Seguradora Líder, consórcio que administra o DPVAT. A Líder tem o
direito de exclusividade, garantido por lei, para atuar nas indenizações
de pagamentos de seguros aos acidentados no País.
A Excelsior Seguros foi adquirida por Bivar na década
de 1990. Em seu site, a Excelsior se declara a maior seguradora do
Nordeste. Questionado sobre o assunto, o Palácio do Planalto não
comentou. Bivar também não se manifestou até a publicação deste texto.
Em
2017, Luciano Bivar assumiu o mandato de deputado federal na suplência
de um parlamentar do PSB que se licenciou para assumir uma secretaria no
governo de Pernambuco. Desde então, passou a defender na Câmara os
interesses das seguradora
Um
dos projetos em que Bivar atuou visava impedir que o consumidor tivesse
o direito de escolher em qual oficina levar o carro em caso de
cobertura de danos ao veículo ao acionar o seguro. Outro projeto,
apresentado por ele próprio, garantia que as seguradoras apresentassem
suas próprias oficinas referenciadas aos clientes.