Único funcionário do Edifício Andrea, que desabou nessa última terça-feira
(15), no Dionísio Torres, o zelador e porteiro Francisco Rodrigues
Alves, trabalhou 20 de seus 59 anos no local. Ele sobreviveu após
conseguir correr até o portão que dava acesso à rua Tibúrcio Cavalcante e
não ficou soterrado nos escombros.
O homem, que está no corredor do Hospital Distrital Edmilson Barros
de Oliveira (Frotinha Messejana), no aguardo de transferência para fazer
cirurgia no Instituto Doutor José Frota (IJF), diz que o prédio sempre
deu sinais de que poderia cair. Um vídeo do momento da queda mostra justamente o porteiro correndo para fugir da tragédia.
Ele disse que as outras pessoas que aparecem nas imagens são a síndica e
mais três trabalhadores da reforma que tinha iniciado um dia antes do
desabamento.
"As colunas não resistiram o peso, né? Já tem muito tempo que era
assim. Era como se fosse uma tragédia anunciada", comenta por telefone
para o Sistema Verdes Mares.
Responsabilidade
Conforme Rodrigues, a reforma iniciada na segunda-feira (14), um dia
antes da tragédia, veio sem avisar aos moradores e trabalhadores sobre a
segurança deles ao permanecer no edifício. "A responsabilidade é da
síndica e dos responsáveis pela obra, né?", indica.
A síndica do prédio, Maria das Graças Rodrigues de 53 anos, está sendo considerada uma "testemunha-chave" no inquérito policial instaurado ainda nessa última terça-feira (15) pela Polícia Civil. Ela segue desaparecida.
Rodrigues afirma ter visto ela antes incidente "Ela estava conosco lá
embaixo, agora a hora do desabamento eu não sei para onde ela foi, eu
sei que eu corri até o portão da rua Tibúrcio Cavalcante e consegui
sair", relata.
Justiça
Francisco, que quebrou o braço, machucou o pé e a cabeça, pede
justiça. "Eu vou na Justiça, sou pai de família, moro de aluguel",
afirma o trabalhador, que mora no Bairro Mondubim com a esposa.