Em
transmissão ao vivo nas redes sociais na última quinta-feira (15), o
presidente Jair Bolsonaro (PSL) anunciou que na segunda-feira que vem
(19) vai abrir a “caixa-preta” do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social) e revelar quem comprou jatinhos com recursos do banco. A afirmação vem um dia depois de Luciano Huck dizer em evento que este governo é “o último capítulo do que não deu certo”.
No
ano passado, o jornal a Folha de S. Paulo revelou que, em 2013, o
apresentador comprou um jatinho particular da Embraer com um empréstimo
de R$ 17,7 milhões.
O
dinheiro veio do programa Finame, que segundo Huck é “um programa do
BNDES de incentivo à indústria nacional, por isso financia os aviões da
Embraer”. Ele contou, ainda, que o jatinho era usado duas vezes por
semana para gravar o seu programa.
Na
última quarta-feira (14), Luciano Huck esteve em Vila Velha, no
Espírito Santo, para o debate “Futuro do Brasil”. Em sua fala, criticou o
governo federal:
“A gente precisa de gente nova na política, com todo respeito a esse governo. Esse governo foi eleito de maneira democrática. Mas eu não acredito que a gente está vivendo o primeiro capítulo da renovação. Para mim, estamos vivendo o último capítulo do que não deu certo”, afirmou.
Na
transmissão ao vivo, Bolsonaro promete expor “gente que está dizendo
que estamos no último capítulo do fracasso”. Ele se comprometeu também a
mostrar casos de pessoas que não tiveram acesso aos benefícios do BNDES
porque não eram “amigos do rei”.
Abrir
a “caixa-preta” do BNDES era uma das bandeiras de campanha do
presidente. Em junho, Bolsonaro demitiu o presidente do banco, Joaquim
Levy, alegando que ele não se esforçou o suficiente para cumprir a meta.
No
debate no Espírito Santo, Luciano Huck defendeu que a “sua geração” é
responsável por enfrentar desafios como o combate à pobreza e a garantia
de educação de qualidade.
A
possibilidade de o apresentador concorrer à presidência em 2022 é
tratada com discrição. Por enquanto, seus apoiadores avaliam que não é
momento de Huck se apresentar como candidato.
No
entanto, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) já afirmou que o
apoio ao empresário na disputa ao Planalto seria “natural”.