Ficar sem
café da manhã e jantar tarde aumentam o risco de morte, como aponta um
estudo inédito realizado por 11 pesquisadores da Faculdade de Medicina
da Unesp de Botucatu (SP).
De acordo
com o médico e orientador da pesquisa Marcos Minicucci, a pesquisa, que
foi realizada durante um ano, fez testes com pessoas já infartadas que
não tomam café da manhã e jantam próximo da hora de dormir e outras com
hábitos alimentares regulares.
Com isso, o
estudo mostrou que esses dois fatores aumentam os riscos de não
resistir a um novo ataque cardíaco. Além disso, esses dois tipos de
hábitos alimentares aumentam a probabilidade de morte em 4 a 5 vezes.
"Notamos
que os pacientes infartados que monitoramos e que tinham hábitos
alimentares considerados ruins, tinham chance de ter um novo infarto,
angina ou ter um desfecho ruim como morte, após 30 dia de alta
hospitalar", diz o médico e orientador da pesquisa Marcos Minicucci.
Segundo
Minicucci, a chance de sobreviver a um ataque do coração é maior em
pessoas que não tem esse tipo de rotina. Por isso, a ideia do estudo é
provar como os hábitos alimentares são essenciais para manter o
organismo mais resistente.
“Na
pesquisa, consideramos o paciente que tinha esse tipo de hábito
alimentar pelo menos três vezes na semana ”, explica Minicucci.
Ainda
segundo o pesquisador, a pesquisa traz resultados inéditos para a
medicina mundial e na semana passada foi publicada em uma revista
internacional da Sociedade Europeia de Cardiologia.
Estudo
A idade
média dos pacientes avaliados era de 60 anos e 73% deles eram homens.
Eles foram questionados sobre os comportamentos alimentares na admissão
em uma unidade de terapia intensiva coronariana.
" A ideia
de realizar a pesquisa surgiu porque os artigos que citavam como o café
da manhã poderia influenciar nas doenças cardíacas nunca acompanhavam as
pessoas. Por isso, resolvemos desenvolver o estudo com foco nos
pacientes", justifica.
O hábito de
não tomar café da manhã foi caracterizado como consumir nada antes do
almoço, excluindo bebidas, como café e água, apenas.
Quem toma somente uma xícara de leite foi considerado como um paciente que cumpre com a primeira refeição do dia.
Já em
relação a jantar tarde, foi definido pela pesquisa como uma refeição
dentro de duas horas antes de ir dormir, independente do horário do
jantar, mas a situação precisava ser repetida pelo menos três vezes por
semana.
"As pessoas
que trabalham até tarde podem ser particularmente suscetíveis a um
jantar tardio e depois não sentir fome pela manhã".
Segundo o
pesquisador, o estudo envolveu pacientes que tiveram infarto do
miocárdio. Assim, foram avaliados 113 pacientes, entre homens e mulheres
de agosto de 2017 até agosto de 2018.
"Nossa
pesquisa mostra que os dois comportamentos alimentares são
independentemente ligados com resultados mais graves após um ataque
cardíaco, mas ter um conjunto de maus hábitos só tende a complicar mais
", enfatiza Minicucci.
"Outra
questão que chamou a atenção dos pesquisadores foi o grande número de
pacientes que mantinham hábitos alimentares prejudiciais, mesmo após
sofrer um infarto. Mas acredito que o estresse e a vida acelerada
estejam ligados a esses hábitos", ressalta.
Ainda de
acordo com o médico, a pesquisa encontrou que uma resposta inflamatória.
"O estresse oxidativo e a função endotelial podem estar envolvidos na
associação entre comportamentos alimentares pouco saudáveis e desfechos
cardiovasculares", acrescentou.
Pesquisa em números
* 113 pacientes participantes
* 57% não tomavam café da manhã
* 50% jantavam tarde
* 40% não toma
* 113 pacientes participantes
* 57% não tomavam café da manhã
* 50% jantavam tarde
* 40% não tomavam café da manhã e jantavam tarde
* 20% dos pacientes com maus hábitos tiveram reinfarto, morreram ou tiveram angina
Com informações do G1.