sábado, 27 de outubro de 2018

Bolsonaro pede ao TSE que torne Haddad inelegível por show de Waters


A campanha de Jair Bolsonaro (PSL) entrou com ação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pedindo ineligibilidade do candidato Fernando Haddad (PT), seu adversário no segundo turno das eleições presidenciais, que acontecem neste domingo (28). A causa do pedido é a turnê realizada pelo ex-baixista do Pink Floyd, Roger Waters.

Os shows do cantor causaram polêmica durante sua passagem em São Paulo. Na apresentação que ocorreu no Allianz Parque, Waters apresentou o nome de Bolsonaro como sendo um dos representantes do neofascismo que ele acusa emergir no mundo. Junto da mensagem, exibiu a hashtag #elenão, que marca campanha contra o pesselista.

A defesa de Bolsonaro acredita que as mensagens divulgadas por Waters são “de extrema gravidade e demonstram a premeditação e o explícito propósito de denegrir sua imagem e causar nos telespectadores/fãs uma forma de repulsa, pela evidente campanha negativa, o que não condiz com a realidade”.
Ainda afirma a defesa que “os ataques possuem grande semelhança conceitual com a propaganda produzida pelo PT”. Tal afirmação, continua a defesa, advém do fato de Haddad repetidamente acusar “Bolsonaro de fascista, ditador, torturador, machista, nazista, etc.”.

Os advogados utilizaram também a população de outros países para argumentar. Citaram que locais como Mônaco (38 mil habitantes) e San Marino (33 mil) possuem populações menores aos 45 mil espectadores que presenciaram o show de Waters em cada uma das duas noites nas quais ele tocou em São Paulo.

Para pedir a impugnação da candidatura de Haddad, os advogados de Jair Bolsonaro afirmam que os fatos narrados mostram que o petista e sua vice, Manuela D’Ávila (PCdoB) teriam se beneficiado do que chamam de “poderosa propaganda eleitoral negativa” contra o candidato do PSL nos shows.

Argumentam também que o TSE já pacificou o entendimento de que não há necessidade de participação direta dos candidatos no ato ilícito denunciado para que haja punição caso o tribunal veja ser comprovado um eventual crime eleitoral.

Lei Rouanet

Por fim, a defesa de Bolsonaro afirma que a produtora responsável pelos shows de Waters no Brasil, T4F, é “a maior beneficiária da Lei Rouanet no país”.

Concluindo a acusação, os advogados finalizam afirmando que o PT faz caixa 2, uma vez que Justiça Eleitoral proíbe a doação de pessoas jurídicas e “certamente” o “showmício” de Rpger Waters não vai ser declarado na prestação de contas do partido.