Uma leve piora para Jair Bolsonaro
(PSL) nas pesquisas fez com que a campanha mudasse a estratégia. O
candidato decidiu aparecer mais e cobrar foco de aliados que estão
envolvidos em campanhas estaduais.
A decisão foi tomada depois que levantamento feito pelo Ibope, de
terça-feira (23), mostrou que o candidato oscilou de 59% dos votos
válidos para 57% em relação ao levantamento anterior, do dia 15.
Houve também piora na rejeição, que subiu de 35% para 40%, enquanto
Fernando Haddad (PT) teve melhora no indicador, com queda de 47% para
41%.
Pesquisa Datafolha divulgada nesta quinta-feira (25) também mostrou
uma piora no desempenho de Bolsonaro, que passou de 59% para 56% dos
votos válidos. Haddad apareceu com 44%, contra 41% da pesquisa anterior.
A rejeição do candidato do PSL passou de 41% para 44% e a do petista oscilou de 54% para 52%, segundo Datafolha.
Até a semana passada, a cúpula do PSL trabalhava com a ideia de
'jogar parado'. Falar o mínimo possível já que o que cenário é
favorável. Em visita à Superintendência da Polícia Federal no Rio, na
semana passada, Bolsonaro chegou a falar que estava "com a mão na
faixa".
Essa piora, na visão de aliados do capitão reformado, pode ter
ocorrido pela denúncia de que empresas estariam pagando por pacotes de
distribuição de conteúdo, via WhatsApp, para difamar o PT, em favor de
Bolsonaro.
Pesou também negativamente o fato de ter circulado um vídeo do filho
do presidenciável o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), falando em
fechar o STF (Supremo Tribunal Federal).
Isso fez com que Bolsonaro fizesse uma transmissão ao vivo no
Facebook, na noite de quarta (24), e pedisse para que seus aliados não
se desmobilizassem e se concentrassem na eleição nacional, deixando de
lado as disputas por governos dos estados.
Nesta quinta, a campanha convocou a imprensa para uma entrevista
coletiva, que foi precedida da entrega de uma faixa-preta de jiu-jítsu
ao candidato pelo lutador Robson Gracie.
Na entrevista, Bolsonaro reforçou que a eleição não está garantida e
cobrou empenho de aliados para somar votos até a votação de domingo
(28).
"Do nosso pessoal, eu quero é mais empenho do que eles estão
demonstrando", afirmou, ao responder pergunta sobre a pesquisa em São
Paulo, que mostrou Haddad à frente, com 51% dos votos.
"Em São Paulo, por exemplo, a preocupação número um não é eleger
candidatos ao governo do estado, mas sim somar votos para a minha
candidatura", completou.
A campanha de Bolsonaro tem defendido a neutralidade nos estados,
segundo o candidato com o objetivo de centrar esforços na campanha
presidencial.
"A questão da neutralidade é justamente porque não está garantida
minha eleição no próximo domingo. E a questão mais importante, eu tenho
dito para quem está do meu lado, é a minha eleição."
Bolsonaro pediu aos eleitores
que "não aceitem provocações" antes do pleito de domingo. "Estamos
disputando final de campeonato e o que está em jogo é o destino do
Brasil", comentou.