quarta-feira, 22 de agosto de 2018

Três feriadões devem aquecer turismo no Ceará

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Ainda que falte pouco mais de 15 dias para a chegada do próximo feriado, alguns setores do mercado turístico cearense já trabalham com expectativa positiva pela sequência de datas comemorativas caindo em sextas-feiras, gerando os famosos feriadões. O Dia da Independência (7 de setembro), o Dia da Criança (12 de outubro) e o Dia de Finados (2 de novembro) vão anteceder o final de semana, o que deve gerar desempenhos favoráveis na hotelaria e no comércio, com um nível elevado de ocupação de leitos e alta de vendas de produtos e serviços tradicionais para o turismo.

Colaborando com o cenário otimista, a Capital cearense foi apontada, em um levantamento da plataforma de viagens Kayak, como uma das cidades brasileiras mais procuradas para o feriado do Dia da Independência. A empresa comparou os anos de 2017 e 2018 e indicou Fortaleza como o terceiro destino mais procurado, ficando atrás apenas de São Paulo e Rio de Janeiro.

Segundo a Secretaria Municipal de Turismo de Fortaleza (Setfor), o feriado de 7 de setembro deverá injetar R$ 424 milhões na economia da Capital. O gasto per capta, de acordo com a Secretaria de Turismo do Estado do Ceará (Setur), deverá ser de R$ 2.651,11. Além disso, diz a Setfor, a estimativa de ocupação da rede hoteleira é de até 80%.

"Até o momento, já temos quase 60% dos leitos reservados. Nossa expectativa é chegar entre 75% a 80%, já que neste ano o feriado cai em uma sexta-feira. Fortaleza está muito visada. Além de nossas praias e de toda a infraestrutura de nossa Cidade, há muitos investimentos no Turismo. Os hubs e o aumento de ofertas de voos diretos internacionais tem colocado Fortaleza em destaque", ponderou o secretário do Turismo de Fortaleza, Régis Medeiros.

Ocupação

Contudo, com os feriadões, a expectativa é que a ocupação possa ser ainda maior, pelo menos em alguns setores da hotelaria. De acordo com o presidente da Associação dos Meios de Hospedagem e Turismo do Ceará (AMHT-CE), Aldemir Leite, 80% é a expectativa mínima aguarda pelos pequenos hotéis e pousadas cearenses em feriados. Segundo ele, um dos fatores que deverá favorecer uma possível alta na ocupação é o fato de os casos de violência terem diminuído nas últimas semanas.

"No primeiro semestre, nós tivemos uma decepção muito grande com a semana santa porque coincidiu com um fase muito ruim. Já estava muito em ênfase a questão da violência, por conta das guerras das facções", comentou Leite. "Mas, além disso, para os feriados, a gente trabalha com ocupação de 80%, no mínimo. Então acredito que teremos um fim de ano bom, até porque tivemos bons números no mês de julho, que funciona para gente como um termômetro do segundo semestre", disse.

Câmbio

Outro ponto importante na construção desse otimismo com os feriadões até o fim do ano está na cotação do dólar, que tem se valorizado a cada dia, repercutindo as prévias das eleições presidenciais de 2018. Na última terça-feira (21), a moeda norte-americana fechou o pregão cotada acima dos R$ 4, sendo comercializada a R$ 4,037. Mas, para Eliseu Barros, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Ceará (ABIH-CE), o câmbio pode acabar favorecendo o fluxo interno de turistas brasileiros, que podem deixar de lado os planos para viajar para fora do País.

"As reservas estão acontecendo muito em cima da hora, mas nenhum dos associados tem uma perspectiva para os próximos feriados, mas claro que a perspectiva é boa para os feriados. E essa alta do dólar influencia sim. Dificulta muito a viagem para fora, tanto o dólar como euro", comentou Barros.

Comércio

Outra entidade que espera bons resultados para os próximos feriadões é a Cooperativa dos Permissionários e Locatários do Mercado Central (Coopcentral). Para o vice-presidente Jocildo Luz, o fluxo acima da média registrado no mês de julho também deve servir de termômetro para as próximas datas comemorativas, apesar das vendas terem ficado abaixo do esperado.
E para atrair ainda mais os turistas que vierem à Fortaleza, segundo Luz, a Coopcentral vem trabalhando em conjunto com os permissionários para que os preços, no Mercado Central, não subam. "O Mercado entrou em contato com os permissionários para que não haja aumento dos preços. A intenção é que o turista chegue aqui e veja preços justos para os produtos", disse.