Ainda que falte pouco mais de 15 dias para a chegada do próximo
feriado, alguns setores do mercado turístico cearense já trabalham com
expectativa positiva pela sequência de datas comemorativas caindo em
sextas-feiras, gerando os famosos feriadões. O Dia da Independência (7
de setembro), o Dia da Criança (12 de outubro) e o Dia de Finados (2 de
novembro) vão anteceder o final de semana, o que deve gerar desempenhos
favoráveis na hotelaria e no comércio, com um nível elevado de ocupação
de leitos e alta de vendas de produtos e serviços tradicionais para o
turismo.
Colaborando com o cenário otimista, a Capital cearense foi apontada, em
um levantamento da plataforma de viagens Kayak, como uma das cidades
brasileiras mais procuradas para o feriado do Dia da Independência. A
empresa comparou os anos de 2017 e 2018 e indicou Fortaleza como o
terceiro destino mais procurado, ficando atrás apenas de São Paulo e Rio
de Janeiro.
Segundo a Secretaria Municipal de Turismo de Fortaleza (Setfor), o
feriado de 7 de setembro deverá injetar R$ 424 milhões na economia da
Capital. O gasto per capta, de acordo com a Secretaria de Turismo do
Estado do Ceará (Setur), deverá ser de R$ 2.651,11. Além disso, diz a
Setfor, a estimativa de ocupação da rede hoteleira é de até 80%.
"Até o momento, já temos quase 60% dos leitos reservados. Nossa
expectativa é chegar entre 75% a 80%, já que neste ano o feriado cai em
uma sexta-feira. Fortaleza está muito visada. Além de nossas praias e de
toda a infraestrutura de nossa Cidade, há muitos investimentos no
Turismo. Os hubs e o aumento de ofertas de voos diretos internacionais
tem colocado Fortaleza em destaque", ponderou o secretário do Turismo de
Fortaleza, Régis Medeiros.
Ocupação
Contudo, com os feriadões, a expectativa é que a ocupação possa ser
ainda maior, pelo menos em alguns setores da hotelaria. De acordo com o
presidente da Associação dos Meios de Hospedagem e Turismo do Ceará
(AMHT-CE), Aldemir Leite, 80% é a expectativa mínima aguarda pelos
pequenos hotéis e pousadas cearenses em feriados. Segundo ele, um dos
fatores que deverá favorecer uma possível alta na ocupação é o fato de
os casos de violência terem diminuído nas últimas semanas.
"No primeiro semestre, nós tivemos uma decepção muito grande com a
semana santa porque coincidiu com um fase muito ruim. Já estava muito em
ênfase a questão da violência, por conta das guerras das facções",
comentou Leite. "Mas, além disso, para os feriados, a gente trabalha com
ocupação de 80%, no mínimo. Então acredito que teremos um fim de ano
bom, até porque tivemos bons números no mês de julho, que funciona para
gente como um termômetro do segundo semestre", disse.
Câmbio
Outro ponto importante na construção desse otimismo com os feriadões
até o fim do ano está na cotação do dólar, que tem se valorizado a cada
dia, repercutindo as prévias das eleições presidenciais de 2018. Na
última terça-feira (21), a moeda norte-americana fechou o pregão cotada
acima dos R$ 4, sendo comercializada a R$ 4,037. Mas, para Eliseu
Barros, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do
Ceará (ABIH-CE), o câmbio pode acabar favorecendo o fluxo interno de
turistas brasileiros, que podem deixar de lado os planos para viajar
para fora do País.
"As reservas estão acontecendo muito em cima da hora, mas nenhum dos
associados tem uma perspectiva para os próximos feriados, mas claro que a
perspectiva é boa para os feriados. E essa alta do dólar influencia
sim. Dificulta muito a viagem para fora, tanto o dólar como euro",
comentou Barros.
Comércio
Outra entidade que espera bons resultados para os próximos feriadões é a
Cooperativa dos Permissionários e Locatários do Mercado Central
(Coopcentral). Para o vice-presidente Jocildo Luz, o fluxo acima da
média registrado no mês de julho também deve servir de termômetro para
as próximas datas comemorativas, apesar das vendas terem ficado abaixo
do esperado.
E para atrair ainda mais os turistas que vierem à Fortaleza, segundo
Luz, a Coopcentral vem trabalhando em conjunto com os permissionários
para que os preços, no Mercado Central, não subam. "O Mercado entrou em
contato com os permissionários para que não haja aumento dos preços. A
intenção é que o turista chegue aqui e veja preços justos para os
produtos", disse.