Representantes do PDT e PP, isoladamente, decidiram, na noite de
terça-feira, não aceitar coligação com o MDB, tanto na disputa
majoritária quanto na proporcional, assim como com o PSD e SD
(Solidariedade).
O PDT também acertou que manterá a vice-governadora
Izolda Cela na chapa do governador Camilo Santana.
As coligações
proporcionais dos partidos governistas só serão definidas no sábado,
véspera do dia da convenção.
O ex-governador Cid Gomes, o único candidato a senador na chapa de
Camilo, será o responsável pela coordenação das coligações
proporcionais, adiada para o sábado em razão de compromissos dele com a
candidatura de Ciro Gomes (PDT) à Presidência da República, ontem e
hoje, no Rio de Janeiro.
Foi o deputado estadual Osmar Baquit o primeiro a falar no encontro da
terça-feira, para exprimir o sentimento dos demais candidatos do PDT aos
legislativos, estadual e federal, contrário à coligação com o MDB, o
PSD e o SD, alegando os constrangimentos que integrantes desses três
partidos impuseram aos governistas.
Outra questão levantada no encontro do PDT foi quanto à posição do PT,
querendo ficar parcialmente fora da coligação proporcional. Os
pedetistas querem que os petistas estejam na aliança tanto de deputado
federal quanto de estadual. No encontro do PP, porém, esse assunto não
foi tratado.
O fechamento de questão dos filiados ao partido foi só em
relação a não aceitação de aliança com o MDB na majoritária e
proporcional e, nesta, com o PSD e SD.
O nome da vice-governadora, apontada por Cid Gomes, foi consenso nos
dois partidos. Ele justificou a importância de manter a chapa que foi
eleita em 2014 para o Governo do Estado, embora na sua reeleição ele
tenha mudado o vice que, no seu primeiro mandato, foi o petista
Francisco Pinheiro, e, no segundo, foi Domingos Filho, à época ainda
filiado ao PMDB.
Senado
A convenção do PDT será no próximo domingo, último dia para a
homologação de candidaturas e de coligações partidárias. Com ele, também
farão convenção o PT e outras agremiações que estão no grupo de apoio à
reeleição do governador.
Ainda na reunião do PDT, uma ala jovem da legenda chegou a defender que
o partido reclamasse para si as duas vagas ao Senado. André Figueiredo e
Cid Gomes ponderaram no sentido de estar de bom tamanho a participação
do partido na chapa majoritária, com as vagas de vice e de senador,
levando-se em consideração o tamanho da aliança governista.
"Como o MDB não deve se coligar formalmente com o PDT, se algum partido
se coligar com o MDB, isso exclui a possibilidade de coligação com PDT e
PT. Esse é o maior impeditivo e preocupação de alguns deputados, porque
a equação é complexa", ressaltou o deputado José Sarto (PDT). Segundo
ele, o desafio dos integrantes dos 24 partidos aliados é montar um
quebra-cabeça que mantenha tempo de TV para as candidaturas, preservando
o interesse de todos os partidos.
O presidente da Assembleia, Zezinho Albuquerque, afirmou que o
resultado de todos os cálculos feitos só será concluído às vésperas da
convenção de domingo próximo. O parlamentar ressaltou ainda que há
dificuldades em se encontrar um denominador comum que atenda aos
interesses de todos os partidos.
"É muito complicado, porque um puxa para um lado e vem outro e puxa
para outro lado. Até a meia-noite de sábado é que vamos definir isso,
nos últimos minutos. Enquanto tivermos tempo, cada partido vai querer
participar em uma coligação que seja a melhor para ele".
Dirigente do MDB em Fortaleza, o deputado Walter Cavalcante disse que
todos estão aguardando as definições das convenções, e afirmou que a
apreensão é natural, pois todos não querem prejuízos para suas demandas.
"A renovação vai ser grande e isso tem preocupado os deputados. Isso
deixa todos em uma expectativa muito grande. Nos colégios eleitorais os
deputados tentam segurar a preferência, mas isso depende de muito
diálogo com a população".