A esperada estreia do Brasil na Copa do Mundo da Rússia ficou abaixo do
esperado. O empate por 1 a 1 com a Suíça, em Rostov, foi fruto de um
primeiro tempo no qual o time nacional exibiu bom futebol, toque de
bola, demonstrações de talento, mas também em que apresentou na etapa
final um desempenho errante, de falhas na defesa e falta de
criatividade. Desde 1978 a seleção não começava um Mundial sem vitória.
Lições
O placar igual em Rostov deixa lições para o próximo compromisso na
Copa, contra a Costa Rica, sexta-feira, em São Petersburgo. Neymar e
Gabrel Jesus sofreram com a marcação adversária e pouco produziram. A
defesa cometeu uma rara falha. A outra reflexão é que talvez um outro
árbitro possa ser mais enérgico e coibir os lances violentos.
O bom futebol do Brasil demonstrado durante grande para das
Eliminatórias levou alguns minutos para aparecer na Copa. Os primeiros
instantes foram de domínio suíço, com uma finalização perigosa de
Dzemaili. A seleção pareceu no começo mesclar a ansiedade com um estudo
do adversário, até começar a dominar o jogo depois de dez minutos. A
paciência para tocar a bola, a aproximação dos jogadores e as
triangulações pela esquerda iniciar a ditar o ritmo.
O
lado do campo com Marcelo, Neymar e a aproximação de Philippe Coutinho
passou a trocar passes, ter paciência e buscar uma brecha para o gol. Na
primeira investida, Paulinho quase fez. Foi uma amostra de que ali era o
caminho. Então, era preciso insistir. Aos 20, nova jogada pela esquerda
e na sobra da zaga, Coutinho chutou de fora da área, com curva, para
colocar a bola no canto de Sommer e fazer 1 a 0.
A vantagem deixou a seleção ainda mais confiante a ponto de Alisson
arriscar passes ousados com os pés e a defesa sair para o jogo com
classe. O Brasil prosseguiu o domínio, porém sentia mais falta da
participação de Neymar. Caçado pelos suíços, sofreu faltas duras e, em
uma delas, fez o adversário levar amarelo. Em outros lances, porém
exagerou da individualidade.
A equipe diminuiu o ritmo antes do intervalo e viu a Suíça passar a ter
mais posse de bola. Ainda assim, sem finalizações de perigo. A torcida
brasileira, presente em maior número, terminou o primeiro tempo cantando
"o campeão voltou" para logo se calar quando começou a etapa final. No
começo, logo aos cinco minutos, escanteio para a Suíça, Zuber se
desmarca de Miranda e na pequena área, cabeceia para empatar.
O lance gerou muita reclamações dos brasileiros, principalmente sobre
um empurrão do suíço no defensor antes da chegada da bola. O fato é que o
empate mostrou o quanto a seleção desperdiçou no primeiro tempo um bom
momento e a chance de ter ampliado, ao se acomodar. O segundo tempo era
de erros de passes e perda no vigor na marcação no meio. Tite sentiu
isso e para tentar conter o crescente domínio adversário, colocou
Fernandinho e Renato Augusto para reforçar o setor.
O Brasil melhorou, voltou a comandar a partida, mas se viu de frente a
um obstáculo cruel. A arbitragem insegura do mexicano Cesar Ramos, de 34
anos, havia irritado os jogadores no momento do gol suíço, tinha
deixado de marcar faltas em Neymar e não assinalou pênalti em um lance
de Akanji em Gabriel Jesus.
Nos minutos finais a seleção se arriscou em busca do segundo gol e a
Suíça se fechou na defesa. O goleiro Sommer passou a trabalhar em
cabeçadas perigosa de Neymar e Firmino. Miranda quase fez o segundo gol
em um chute. A bola, definitivamente, não quis entrar, para a frustração
do Brasil.