Sem força política para aprovar projetos prioritários no Congresso
Nacional, o presidente Michel Temer terá de contar, segundo assessores,
com a adoção de medidas a seu alcance para tentar mostrar que não está
paralisado e melhorar sua imagem. O aumento do Bolsa Família está nesta
linha e Temer planeja anunciá-lo em 1º de Maio, Dia do Trabalho, segundo
revelaram assessores presidenciais ao blog.
O martelo será batido até esta quinta-feira (26) em reunião do
presidente com a equipe dos ministérios do Desenvolvimento Social e do
Planejamento. A data de 1º de Maio para o anúncio é defendida por uma
ala do governo na busca de gerar agenda positiva no Dia do Trabalho e
mostrar que o governo tem munição para mostrar que não está paralisado.
Responsável pela administração do programa, a pasta do Desenvolvimento
Social chegou a apresentar algumas propostas de reformulação dos
benefícios que poderiam gerar, em certos casos, reajuste de até 12%.
Chegou a ser analisado, inclusive, um aumento extra para que famílias de
baixa renda banquem a compra de gás de cozinha.
A equipe econômica, porém, destacou que o "espaço fiscal" para correções
do Bolsa Família é pequeno. A tendência é que o reajuste seja da
inflação acumulada no período, que pode ficar um pouco acima de 3%.
Temer pediu a seus assessores que avaliem o maior percentual possível
sem prejudicar o controle das contas públicas.
O presidente conta ainda com o novo presidente do Banco Nacional do
Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Dyogo Oliveira, para adotar
medidas principalmente para médias e pequenas empresas na busca de dar
mais impulso na economia. Ex-ministro do Planejamento, ele já está
avaliando medidas neste sentido e as discutiu com o presidente antes
mesmo de assumir o comando do banco.
Blog do Valdo Cruz