sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018

Chefe do PCC assassinado em SP participou da morte de líderes no Ceará, aponta investigação


Um dos chefes da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), Wagner Ferreira da Silva, conhecido como 'Cabelo Duro', 32, assassinado na noite da última quinta-feira (22), participou da morte de outros dois líderes da organização, Rogério Geremias de Simone, o 'Gegê do Mangue', 41, e Fabiano Alves de Souza, o 'Paca', 38, em Aquiraz, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), no último dia 15 de fevereiro, de acordo com a investigação policial.

'Cabelo Duro' estava sendo investigado pela Polícia do Ceará e de São Paulo e podia vir a ser preso. Entretanto, o próprio PCC teria se antecipado e executado o líder da facção na Baixada Santista, por "queima de arquivo", de acordo com o promotor Lincoln Gakiya, do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco), do Ministério Público de São Paulo (MPSP).

A Polícia investiga se 'Cabelo Duro' participou diretamente do duplo homicídio, estando dentro do helicóptero e executando 'Gegê' e 'Paca', ou indiretamente, dando ordens para o crime.

Wagner Ferreira foi citado em um bilhete trocado por membros do PCC, na Penitenciária 2 de Presidente Venceslau, em São Paulo. O escrito dizia que 'Cabelo Duro' havia revelado que outro membro do PCC, Gilberto Aparecido dos Santos, o 'Fuminho' (braço direito do líder máximo da organização, Marco Willians Herbas Camacho, o 'Marcola') foi o responsável por mandar matar os membros da alta cúpula da facção no Ceará.

A morte de 'Cabelo Duro' ratifica que o PCC rachou. A execução de 'Gegê' e 'Paca' seria motivada porque eles "estavam roubando", segundo o bilhete apreendido no presídio. A dupla ostentava residências e veículos luxuosos no Ceará e tinha papel importante no tráfico de drogas internacional da facção.