Uma auditoria da Controladoria-Geral da União (CGU)
no programa Bolsa Família identificou 346 mil cadastros com indícios
de fraude. Ao todo, foram pagos indevidamente R$ 1,3 bilhão a quem não
tinha direito.
A informação sobre as fraudes, divulgada pelo “Bom
Dia Brasil”, da TV Globo, foi repassada ao Ministério do Desenvolvimento
Social (MDS).
São casos de beneficiários que não teriam direito ao
programa por estarem fora das regras estabelecidas, em especial por
terem seus rendimentos mensais acima de R$ 170, patamar determinado pelo
governo.
Segundo a CGU, os registros com indícios de fraudes
envolvem servidores públicos e pessoas que possuem casa própria e carros
importados. Até famílias com renda maior que R$ 1,9 mil por pessoa
estavam entre os beneficiários do programa.
A CGU realizou um pente-fino nos registros de 2,5
milhões de famílias com cadastros suspeitos, devido a problemas de
informações sobre o CPF dos beneficiários, o tamanho e a renda dos
núcleos familiares.
Segundo a pasta, entre outubro de 2016 e dezembro de
2017, o governo federal já promoveu a revisão do benefício em 4,7
milhões de cadastros irregulares.
O secretário federal de controle interno da CGU,
Antônio Carlos Leonel, disse que aqueles que recebem dinheiro de forma
irregular estão sendo procurados e podem ser responsabilizados.
“Não é aquele
indivíduo que aumentou a renda, conseguiu emprego, melhorou que a gente
vai atrás. O que nos preocupa é aquele caso da pessoa que já entrou
errada, tem um padrão de vida excelente, que está fraudando o programa
de fato”, afirmou ao “Bom Dia Brasil”.