Polícia busca jovem de 17 anos suspeito de dirigir van em atentado
Um dia após o ataque terrorista que deixou ao menos
13 mortos e mais de cem feridos em Barcelona, a polícia catalã busca um
suspeito de 17 anos Identificado na sexta-feira (18) como Moussa Oukabir,
ele teria atropelado dezenas de pedestres nas Ramblas, um dos
principais pontos turísticos de Barcelona.
Moussa é irmão de Driss Oukabir, 28, outro suspeito.
Driss foi detido na quinta ao lado de outras duas pessoas, mas não está
claro qual foi sua participação na ataque. Seus documentos foram
encontrados na van e teriam sido utilizados para alugá-la. Uma quarta
pessoa foi presa nesta sexta.
Segundo a polícia, três dos detidos são de nacionalidade marroquina e um é espanhol.
As autoridades espanholas trabalham com a hipótese de
que o atentado de Barcelona foi planejado por uma célula terrorista
formada por 12 pessoas. Eles estariam ligados também à tentativa de
ataque em Cambrils, a 117 km de Barcelona, onde a polícia matou cinco
suspeitos depois de um atropelamento. Uma pessoa morreu e seis ficaram
feridas.
Os suspeitos vestiam cinturões explosivos falsos, uma tática que visa distrair os agentes de segurança.
Com a morte desses cinco suspeitos e com a detenção
de outros quatro, ainda restam três integrantes da célula às soltas,
incluindo Moussa Oukabir, informa o jornal local "El País" Os irmãos Oukabir vivem em Ripoll, na região catalã
de Girona, no nordeste. Foram realizadas oito buscas na cidade,
incluindo a residência de Driss Oukabir.
VÍTIMAS
Mais de cem pessoas ficaram feridas no atropelamento
de Barcelona, 15 delas em estado grave. Há entre os afetados pelo ataque
cidadãos franceses, australianos, holandeses e gregos, entre outros.
Não há notícias de brasileiros mortos ou feridos.
A primeira vítima identificada foi o italiano
Bruno Gulotta, 35, pai de dois filhos -um dos quais levava pela mão no
momento da ação, segundo o jornal britânico "Telegraph". Resgatada pela
mulher de Gulotta, Martina, a criança sobreviveu. Outra vítima é a belga Elke Vanbockrijck,
segundo a agência de notícias Associated Press. Vanbockrijck, 44, estava
de férias em Barcelona com o marido e os filhos.
Uma criança australiana de sete anos está
desaparecida, informou seu avô, Tony Cadman, em uma mensagem divulgada
por uma rede social. A mãe está gravemente ferida.
O rei Felipe e o primeiro-ministro espanhol,
Mariano Rajoy, participaram nesta sexta-feira de uma cerimônia em
Barcelona em homenagem às vítimas, com um minuto de silêncio na
principal praça da cidade. Os aplausos se seguiram por minutos. A
multidão gritava "No tinc por" -"Não tenho medo", em catalão.
TÁTICA
Os atropelamentos em Barcelona e Cambrils dão
testemunho de que essa estratégia tem se tornado popular entre facções
terroristas, como o Estado Islâmico, que reivindicou a ação de
quinta-feira nas Ramblas. Não há, por enquanto, evidência de sua
participação.
O Estado Islâmico sugeriu em uma edição de
sua revista "Rumiyah" que seus militantes utilizassem veículos como arma
contra os "infiéis". O material está disponível até hoje na internet.
Foi essa a tática empregada em dois dos mais
graves atentados de 2016. Em julho, um caminhão deixou 86 mortos em
Nice, na França. Em dezembro, foram 12 mortes em Berlim.
Em 2017,
terroristas utilizaram automóveis em três atentados diferentes contra
Londres, incluindo o atropelamento na ponte de Westminster em 23 de
março, com dois mortos -somados a um policial esfaqueado na sequência
diante do Parlamento britânico.