quinta-feira, 31 de agosto de 2017

Estudantes e professores são vítimas de violência em escolas do Ceará


Centro Infantil Professor Jacinto Botelho, no Mondubim, foi invadido por criminosos. Equipamentos foram furtados e sala foi incendiada JÉSSIKA SISNANDO
 A violência afetou escolas e creches públicas do Ceará nos últimos dias. Ontem foi registrada uma invasão ao Centro Infantil Professor Jacinto Botelho, no Mondubim. A ação resultou em furto de equipamentos utilizados pelas crianças e incêndio criminoso em uma das salas. Colchonetes dos alunos foram queimados, assim como lençóis.

Já no bairro Álvaro Weyne um aluno da Escola Francisco Silva Cavalcante que estudava no período da manhã foi executado a tiros a poucos metros da instituição de ensino, ainda fardado, na tarde de ontem. João Paulo Reinaldo de Andrade, de 14 anos, estava na rua Teodomiro de Castro quando foi surpreendido por indivíduos e executado.

Os casos de violência também se estenderam pelo interior do Ceará. No município de Ocara, a 95 km de Fortaleza, aproximadamente 27 alunos, sem incluir professores, foram mantidos em cárcere privado, na última segunda-feira, 28, durante assalto em uma escola municipal. O coronel Lyndon Johnson disse que não era possível informar o nome da instituição de ensino para não constranger alunos, pais e professores. 

O POVO recebeu ainda denúncia de uma mãe de dois alunos da escola Eti Antonieta Cals, no bairro São João do Tauape, sobre a falta de segurança. Segundo ela, a escola teve as câmeras e o material do almoxarifado roubados em dois ataques diferentes. Neste caso, O POVO tentou obter informações com o policiamento da área, mas as ligações não foram atendidas ontem à tarde.

Mondubim

No caso da creche no Mondubim, O POVO foi até a unidade, que atende crianças de zero a 4 anos. Uma funcionária que pediu para não ser identificada disse que o grupo invadiu a creche durante a madrugada e furtou aparelhos de DVD. Em seguida, os criminosos atearam fogo em uma das salas. O incêndio foi apagado pelo único vigilante da instituição. 

A Polícia Civil, por meio de nota, informou que investiga o caso e que a Perícia Forense iria até o local. A funcionária da creche informou que algumas crianças foram liberadas mais cedo, devido à falta de colchonetes e lamentou a carência de vigilantes. A Secretaria Municipal da Educação (SME) informou que espera a punição dos responsáveis e que repudia atos desta natureza. 

Quanto ao homicídio do estudante, no Álvaro Weyne, O POVO foi até o local e conversou com a vizinhança. A maioria diz que ouviu os disparos e que houve correria. O crime aconteceu no fim de uma linha de ônibus. Os pais do menino e amigos de escola estiveram no local. Por meio de nota, a Polícia Civil informou que o caso está sob investigação.

Na escola do garoto, o diretor preferiu não comentar o crime.

Ocara
Conforme o comandante coronel Lyndon Johnson, do 4º Batalhão da Polícia Militar, as vítimas foram rendidas por seis homens armados e encapuzados e houve um “verdadeiro terror” contra professores e alunos.

Na manhã de ontem, a PM prendeu cinco suspeitos e apreendeu uma arma apontada pela Polícia como a mesma utilizada no assalto. O grupo foi encaminhado à Delegacia de Horizonte e autuado por roubo. Um dos envolvidos possuía mandado de prisão em aberto por outros roubos.

Um sexto suspeito, que é fugitivo de uma cadeia, ainda é procurado pela Polícia.
JéSSIKA SISNANDO
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