O Supremo Tribunal russo confirmou nesta
segunda-feira sua decisão de proibir a atuação das Testemunhas de Jeová
na Rússia, rejeitando um recurso da organização, considerada extremista
no país.
"O Supremo Tribunal decidiu rejeitar a apelação da
organização contra sua interdição", aponta a decisão, citada pela
agência de notícias RIA-Novosti.
O ministério da Justiça russo havia apresentado uma
ação no Supremo Tribunal considerando as Testemunhas de Jeová "uma
ameaça para os direitos das pessoas, da ordem pública e da segurança
pública".
A decisão da justiça abriu caminho para o fechamento e
confisco de bens das comunidades ligadas às Testemunhas de Jeová na
Rússia.
"Mesmo esperando uma decisão negativa, é de toda
forma decepcionante", reagiu o porta-voz internacional das Testemunhas
de Jeová, David. A. Semonian, em um comentário escrito à AFP.
"Ainda não é o fim", assegurou por sua vez Viktor Jenkov, advogado da organização, citado pela agência Interfax.
"Vamos apelar da decisão diante da Corte Europeia de Direitos Humanos" (CEDH), ressaltou.
O grupo religioso afirma contar com 175.000 membros e
395 centros em todo o país, e já travou várias disputas com as
autoridades russas nos últimos anos.
Em janeiro, o líder da organização na cidade de
Dzerzhinsk foi multado por distribuir material considerado extremista
pelas autoridades.
O governo russo dissolveu em 2004 um ramo da
organização, uma decisão que a Corte Europeia de Direitos Humanos
considerou em 2010 em violação aos direitos da religião e associação.
Para a poderosa Igreja ortodoxa russa, as Testemunhas
de Jeová são uma seita perigosa, devido à proibição de transfusões de
sangue imposta aos seus membros, entre outras coisas.
A Igreja das Testemunhas de Jeová foi fundada em 1870 nos Estados Unidos por Charles Russel.
Se declaram
cristãos e anunciam, através de campanhas incansáveis de porta em porta,
a próxima chegada do Reino de Deus sobre a Terra. Mas não reconhecem a
natureza divina de Cristo, o que provoca a rejeição de outras igrejas
cristãs.