O decreto assinado pelo presidente Michel Temer elevando as alíquotas
de PIS/Cofins sobre gasolina, diesel e etanol foi publicado nesta
sexta-feira (21) no Diário Oficial da União (DOU) e já começou a
refletir no bolso do fortalezense. Ainda pela manhã, diversos postos de
combustíveis da Capital elevaram os preços cobrados ao consumidor, mesmo
aqueles estabelecimentos que ainda tinha estoque.
Enquanto alguns mantiveram os preços e tiveram carros enfileirados à
espera de atendimento nas bombas, outros postos que cobravam R$ 3,59
pelo litro da gasolina na noite de quinta-feira (20) já amanheceram a
sexta-feira vendendo o combustível a R$ 3,96. Em outros postos, o
aumento foi ainda mais forte e o valor do litro gasolina comum chegou a
R$ 4,09.
"Com todos esses impactos, de acordo com a cadeia de distribuição, que
vai desde a refinaria até os postos de fato, estimo que a gasolina e o
diesel cheguem às bomba com reajuste de 10%. Se pegarmos o preço médio
da gasolina hoje, que está em R$3,90, passaremos a pagar mais de R$ 4,00
por um litro de combustível. É uma alta considerável", afirma Bruno
Iughetti, consultor na área de petróleo e gás.
Variações agravam
O peso do combustível para o consumidor deve ficar ainda mais intenso,
uma vez que, além do aumento do imposto, existem ainda as variações
quase diárias no valor dos produtos vendidos pela Petrobras às
refinarias. O consumidor mal digeriu a alta dos tributos e a Petrobras
já anunciou um novo aumento do valor do diesel e da gasolina nas
refinarias, que entrou em vigor neste sábado. Para a gasolina, o
reajuste foi de 1,4%. No caso do diesel, a alta foi de 0,2%.
"Esses reajustes podem ajudar a piorar e pode ajudar a melhorar a
situação. Desde o início dos novos critérios, tivemos oito ajustes,
sendo seis baixas e apenas duas altas. Mas se fosse haver um reajuste
hoje, seria aumento", explica Iughetti.
Segundo o consultor, isso se deve ao fato de o petróleo estar com os
preços majorados no mercado internacional, e o preço do petróleo é um
dos fatores preponderantes para reajuste.
"Esses reajustes podem ajudar a piorar e pode ajudar a melhorar a
situação. Desde o início dos novos critérios, tivemos oito ajustes,
sendo seis baixas e apenas duas altas. Mas se fosse haver um reajuste
hoje, seria aumento", explica Iughetti. Segundo o consultor, isso se
deve ao fato de o petróleo estar com os preços majorados no mercado
internacional, e o preço do petróleo é um dos fatores preponderantes
para reajuste.
"No entanto, acredito que a Petrobras não promoverá esse repasse a
curto prazo, não até que seja digerido esse aumento do Pis e Cofins",
esclarece.
Repasse cabe ao posto
O Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado do
Ceará (Sindipostos) divulgou nota afirmando "que essa alta deve ser
repassada para o consumidor, mas cabe a cada posto revendedor
estabelecer seus critérios, já que o mercado dos combustíveis é livre em
toda a sua cadeia e se auto-regula, de acordo com a concorrência entre
seus agentes".
Nova tributação
No caso do PIS/Cofins, o imposto sobre o litro da gasolina passará de
R$ 0,38 para R$ 0,79, representando um aumento de R$ 0,41 se a elevação
for totalmente repassada para o consumidor. Já o PIS/Cofins do etanol,
hoje zerado, vai a R$ 0,19. O litro do diesel poderá ficar R$ 0,22 mais
caro, já que alíquota subirá de R$ 0,24 para R$ 0,46.
De acordo com a equipe econômica, o aumento da tributação sobre os
combustíveis irá gerar, durante o restante do ano de 2017, uma receita
adicional de R$ 10,4 bilhões.