EUA
- Pesquisadores examinaram os cérebros de jogadores de futebol
americano falecidos e descobriram que 99% deles apresentavam sinais de
doença degenerativa, que se acredita ser causada pelos golpes repetidos
na cabeça, segundo um estudo publicado nesta terça-feira.
Os pesquisadores encontraram evidências
impressionantes de encefalopatia traumática crônica (ETC) em 110 dos 111
cérebros doados de jogadores da Liga Nacional de Futebol (NFL)
americana, de acordo com o estudo publicado na revista Journal of the
American Medical Association.
leia mais
A ETC causa sintomas como perda de memória, vertigem,
depressão e demência. Os problemas podem surgir anos após o fim da
carreira de um jogador.
Nos últimos anos, a NFL
enfrentou críticas e processos ligados à questão das concussões e
traumatismo craniano. Em 2015, a Liga chegou a um acordo de US$ 1 bilhão
para resolver milhares de ações judiciais de antigos jogadores que
sofriam de problemas neurológicos.
Além dos jogadores
da NFL, os pesquisadores também examinaram os cérebros de pessoas que
jogaram no colégio, na faculdade, semi-profissionalmente e na Canadian
Football League.
Os autores do estudo, da Universidade de Boston,
descobriram que 87% dos 202 jogadores examinados, cuja média de idade
era de 66 anos, apresentavam sinais de ETC.
"Essas descobertas
sugerem que a ETC pode estar relacionada à participação anterior no
futebol e que um alto nível de jogo pode estar relacionado a uma carga
substancial de doença", escreveram os autores do estudo.
A
evidência mais aguda da condição degenerativa, que atualmente só pode
ser diagnosticada post-mortem, foi encontrada entre aqueles que jogaram
nos níveis mais altos.
Embora a pesquisa - o maior estudo sobre
ETC publicado até o momento - sugira que a doença pode estar relacionada
à participação no futebol, os pesquisadores alertaram contra a
extrapolação dos resultados para a população em geral.