
MARINA DIAS E GUSTAVO URIBE, BRASÍLIA, DF
(FOLHAPRESS) - O presidente Michel Temer vai processar o empresário
Joesley Batista, da JBS, por danos morais e crimes contra a honra
-calúnia, difamação e injúria-, e pretende indicar uma instituição de
caridade para doar o valor da indenização, caso vença os processos na
Justiça.
Advogado do PMDB, Renato Oliveira Ramos vai
protocolar as duas ações, civil e penal, nesta segunda-feira (19) em
Brasília, após o embarque de Temer à Rússia.
Por enquanto, a defesa do presidente não vai pedir um
valor de indenização, mas caso o juiz indique que pode especificar um
montante, os advogados indicarão a mesma quantia em uma emenda ao
processo.
A ação cível será protocolado na Justiça comum do Distrito Federal, e a criminal, na Justiça Federal do DF.
Temer decidiu processar Joesley neste fim de semana,
após o sócio do grupo J&F afirmar, em entrevista à revista "Época",
que o peemedebista lidera a "maior organização criminosa do país".
No sábado (17), o presidente divulgou uma nota em que
diz que o governo "não será impedido de apurar" supostos crimes
praticados por Joesley.
Segundo a Folha de S.Paulo apurou, Temer acredita que
o Ministério Público Federal vai utilizar as novas declarações do
empresário para "reconstruir" a base da denúncia que deve ser
apresentada contra o presidente nos próximos dias.
O peemedebista é investigado por corrupção, obstrução
de justiça e formação de organização criminosa. Joesley afirma que
Temer sabia e deu aval para a compra do silêncio do ex-deputado Eduardo
Cunha (PMDB-RJ), preso desde o ano passado, para que ele não os
delatasse.
Na nota, Temer
acusa Joesley de "desfiar mentiras em série", proteger
"estrategicamente" o PT e critica a impunidade conferida ao empresário,
em uma referência indireta à PGR (Procuradoria-Geral da República) e seu
comandante, Rodrigo Janot.