Sarah e Travis Mitchell, de 24 e 21 anos de idade,
foram presos na segunda-feira após uma investigação sobre a morte de sua
filha, Ginnifer.
A mãe deu à luz a gêmeas no dia 5 de março, em Oregon
City, Oregon (Estados Unidos), mas um dos bebês teve complicações
respiratórias, horas após o nascimento.
O casal, que enfrenta acusações de assassinato e maus
tratos, se recusou a procurar tratamento médico, em nome de suas
crenças religiosas.
Como membros da comunidade Followers of Christ, eles evitam a medicina moderna, preferindo utilizar orações e óleos para curar os doentes.
De acordo com relatos, os familiares, membros da
comunidade, e três parteiras, estavam presentes no parto, que foi feito
em casa, mas ninguém chamou uma ambulância. O bebê morreu pouco depois.
Carl Hansen, que cumpre uma função parecida com a de
um pastor na comunidade, procurou um médico, que disse que a filha
sobrevivente da família Mitchell precisava de cuidados médicos, e chamou
a polícia.
Este não é o primeiro caso desse tipo. Vários membros
da mesma comunidade foram acusados de não procurar cuidados médicos
para seus filhos, incluindo a irmã e o cunhado de Sarah Mitchell,
Shannon e Dale Hickman.
Eles foram condenados por homicídio culposo após a morte de seu filho, David.
Em Oregon, a “cura pela fé” foi descartada como
defesa jurídica e tida como homicídio culposo, mas em Idaho, uma cidade
vizinha, os Followers of Christ continuam operando normalmente.
Idaho é um dos seis estados que consideram a “cura pela fé” como uma defesa jurídica válida.
Há pouco menos do que 2.000 membros dessa igreja, que
ganhou notoriedade por praticar a chamada “cura pela fé” e evitar que
seus fiéis procurem cuidados médicos.
Em Oregon, um ex-legista do estado afirmou que a taxa
de mortalidade infantil na comunidade, é 26 vezes maior do que a do
resto da população.
Em 2014, um casal da Pensilvânia, que faz parte de um
outro grupo religioso, foi preso por causar a morte de seu filho,
recusando-se a levá-lo a um médico.
O menino foi o segundo filho de Herbert e Catherine Schaible a morrer sob seus cuidados.
No julgamento,
Benjamin Lerner, um juiz da Filadélfia, disse ao casal: “Vocês mataram
dois filhos. Não foi Deus ou a sua devoção religiosa. Foram vocês”.