Há pouco mais de um mês, o Ceará tem um
sistema que permite que a Polícia Civil bloqueie celulares furtados ou
roubados. Num cenário em que as seguradoras apontam aumento regional nos
índices de aparelhos levados por criminosos, as delegacias começaram a
integração com o Departamento de Inteligência Policial (DIP) e a Agência
Nacional de Telecomunicações (Anatel). A intenção do Estado é tornar
automática a desativação dos celulares no momento em que os boletins de
ocorrência (BOs) forem abertos.
A estudante de psicologia
Anahisa Pedrosa, 23, foi uma das vítimas desse tipo de crime. No ônibus,
enquanto seguia para o estágio, teve o aparelho furtado há cerca de
dois meses. “Fiquei tranquila porque estava travado. Imaginei que não
iriam conseguir ter acesso aos dados. Mas também não deu para rastrear
porque desligaram logo”, lamenta. Ela, que preferiu não fazer BO, conta
que ainda pretende cancelar o telefone ligando para a operadora e
informando o número de série.
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No
caso de bloqueio através de contato com as empresas, são necessários
documento de identificação e endereço, além de outras informações de
segurança. O número de série do aparelho também é solicitado. O delegado
geral da Polícia Civil do Ceará, Everardo Lima, esclarece que, se o
pedido for em alguma delegacia, o processo é mais rápido e feito junto
ao registro do BO. “Só com o número de telefone já conseguimos o
bloqueio, mas se tiver o número de série é melhor ainda”, afirma.
Os
policiais civis informam ao DIP, que insere o aparelho no Cadastro de
Estações Móveis Impedidas (Cemi), da Anatel. O sistema centraliza para
as operadoras os telefones roubados, furtados ou extraviados no País.
Segundo o delegado geral, após o cadastro, o celular fica inutilizável e
perde o valor de revenda. “Como é recente (o sistema), estamos
aprimorando para que em todos os boletins de ocorrência já possamos
bloquear”, diz.
Estatística
Conforme a
Federação Nacional de Seguros (FenSeg), entre 2015 e o ano passado,
houve aumento de 106% de roubos e furtos de celular no Nordeste. O
número corresponde somente aos celulares que tinham cadastro em
seguradoras, já que a Secretaria Estadual da Segurança Pública e Defesa
Social (SSPDS) não realiza balanço desse tipo de crime no Ceará. No
Brasil, o número cresceu 64% no período.
IGOR CAVALCANTE