terça-feira, 25 de abril de 2017

MPF pede aplicação de multa a barraca por impedir comércio ambulante na Praia do Futuro

vendedor Após a divulgação do vídeo em que um vendedor ambulante é agredido por seguranças da Crocobeach, o Ministério Público Federal no Ceará (MPF-CE) vai apresentar, nesta terça-feira (25), um requerimento à Justiça Federal pedindo que seja aplicada uma multa ao empresário o Argemiro Guidolin Filho, dono da barraca. Segundo o órgão, ele descumpriu a sentença judicial que determina que o estabelecimento não pode impedir o comércio de ambulantes na praia. 

O MPF diz que uma decisão de fevereiro, proferida juiz federal da 3º Vara Federal George Marmelstein Lima, estabelece multa diária de R$ 5 mil em caso descumprimento da determinação. A sentença afirma que a barraca não pode impedir o comércio de produtos não concorrentes, além de não poder se negar a vender produtos aos ambulantes e nem impedir o acesso e o trânsito de pessoas à área de praia e ao mar.

Segundo o órgão, além da multa estabelecida na decisão, o empresário pode responder criminalmente por descumprir sentença da Justiça. Em julho de 2013, o MPF entrou com uma ação civil pública contra o dono da barraca. Na ocasião, o réu estava impedindo a livre circulação de pessoas que não eram clientes, principalmente vendedores ambulantes, inclusive mediante ameaças e agressões físicas verbais.

Em uma nota divulgada nas redes sociais, a Crocobeach informou que afastou todos os funcionários envolvidos na agressão a um vendedor de picolé no último sábado (22), e destacou que está "trabalhando junto às autoridades competentes para a responsabilização dos envolvidos".

A reportagem procurou o advogado da barraca, mas não obteve contato. 

Entenda o caso

A agressão ao vendedor de picolé da marca Pardal aconteceu na tarde de sábado, na faixa de areia da Crocobeach. Em vídeo gravado por testemunhas, o ambulante aparece sendo intimidado por três funcionários da barraca, que o expulsam do local. Na sequência, ele leva alguns tapas e uma cotovelada no rosto, caindo no chão.

O vendedor estaria indo buscar o valor de R$ 3 referente à venda de um picolé, quando foi abordado pelos seguranças da barraca. No vídeo que circula nas redes sociais, o ambulante aparece dizendo que "está trabalhando", enquanto os agressores rebatem dizendo que "isso aqui é nosso".